quinta-feira, 29 de novembro de 2012

João Proença: "Os nossos empresários têm um nível de formação inferior ao dos trabalhadores" - Dinheiro Vivo

João Proença: "Os nossos empresários têm um nível de formação inferior ao dos trabalhadores" - Dinheiro Vivo

A frase é de João Proença, secretário-geral da UGT, proferida durante o seminário "O mercado de trabalho português: rumo ao modelo nórdico da flexisegurança?", promovido pelas embaixadas da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, a Secretaria de Estado do Emprego e a Fundação Gulbenkian e que se realizou esta quarta-feira em Lisboa. E a afirmação foi uma das razões apontadas pelo dirigente sindicalista para justificar o baixo nível de produtividade das empresas. "Temos os trabalhadores que temos e temos os empresários que temos. Uma das razões do baixo nível de produtividade das empresas é o baixo nível dos empresários. Os nossos empresários têm um nível de formação inferior aos trabalhadores."João Proença iniciou a sua intervenção referindo que Portugal se encontra "num momento para refletir sobre medidas para o futuro e não de curto prazo que comprometam o futuro." Considerando o modelo nórdico da flexisegurança "de alto nível nas relações de trabalho e proteção social" considerou, no entanto, que várias características importantes separam a realidade do mercado de trabalho português do nórdico. A começar pelo facto de, nestes países do Norte, as relações entre empregadores e trabalhadores prevalecerem sobre a legislação, assistindo-se exatamente ao contrário nos países da Europa do Sul, nomeadamente em Portugal.
João Proença salientou ainda a cultura do diálogo e do compromisso nórdicos e o respetivo "alto nível de formação profissional e políticas de emprego". Apelidando de "terrorista" a apresentação do economista Pedro Portugal - com o título "Um Mercado de Trabalho Disfuncional" em que um dos tópicos referia "o sistema de fixação de salários esquizofrénico” em Portugal -, o secretário geral da UGT, considerou ainda que a legislação dos despedimentos coletivos em Portugal é das mais flexíveis e referiu que todos os anos 600 mil portugueses mudam de emprego. 
Para João Proença, é fundamental aumentar a população ativa em Portugal e reforçar a adaptabilidade dos trabalhadores ao mercado de trabalho. "A flexisegurança é uma referência para Portugal, assim como o diálogo social, condição fundamental para a saída da crise", concluiu.

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