sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ribeiro e Castro. “1.º Dezembro será restaurado com novo ciclo político” | iOnline

Ribeiro e Castro. “1.º Dezembro será restaurado com novo ciclo político” | iOnline

Deputado do CDS e fundador do Movimento 1º de Dezembro assegura que a abolição deste feriado foi algo “grotesco” e espera não ser preciso a queda do executivo para que se volte atrás.

O dia de amanhã marcará o início da segunda geração de comemorações da independência de Portugal. É pelo menos esta a convicção de Ribeiro e Castro fundador do Movimento 1º de Dezembro, que defende a “restauração deste feriado” e que conta com o apoio de grandes nomes da sociedade portuguesa. Na véspera dos vários eventos programados – como o festival nacional de bandas filarmónicas e as actuações de tunas académicas – o também deputado do CDS não poupa nas críticas ao actual governo, que acusa de ter conduzido o processo de abolição de feriados de forma “grotesca, inaceitável e deplorável.”
Ontem, em declarações ao i, José Ribeiro e Castro voltou a mostrar uma posição muito crítica em relação à abolição dos feriados, mesmo apesar de ser membro da maioria. “Já tive alguns momentos desagradáveis por esta minha posição, mas não posso deixar de lutar ao ver as direcções de dois dos partidos que mais festejaram esta data – a do CDS e a do PSD – atentarem agora contra as comemorações da independência”, disse, adiantando: “Tudo isto é grotesco e inaceitável e não tenho dúvidas de que o feriado será restaurado com um novo ciclo político.”
Com a nova lei do trabalho, a partir de 2013, caem quatro feriados – Corpo de Deus, 5 de Outubro, 1 de Novembro e 1 de Dezembro. Sendo que para o fundador do movimento, o 1º de Dezembro, o feriado de amanhã, é o que mais portugueses representa. “É uma data de todos, quer sejam republicanos ou monárquicos...”
Uma posição partilhada até por D. Januário Torgal, bispo das forças armadas. Este membro da Igreja explicou ontem ao i que o dia da independência é um feriado que diz respeito à história de todos os portugueses, ao contrário do que acontece com os religiosos. “Acho inacreditável como pode este feriado ser suprimido, porque é comum a todo um povo. É que os feriados religiosos destinam-se apenas a parte dos portugueses, e nós temos de respeitar os descrentes, mas os feriados civis são de todos”. disse, questionando ainda: “Um dia em que comemoramos a nossa independência dos espanhóis, conseguida de forma heróica, não vale de nada?”
Apesar de o Movimento 1º de Dezembro ter sido fundado no mês de Julho, conta já com o apoio de vários nomes de relevo da sociedade portuguesa. O “Grande Conselho” deste movimento – que funciona como uma espécie de comissão de honra – é constituído por personalidades como Jorge Miranda, Adriano Moreira, António Lobo Antunes, Freitas do Amaral e Manuel Braga da Cruz, entre outros nomes conhecidos.
Em declarações ao i, sobre esta data, José Ribeiro e Castro aproveitou ainda para deixar um aviso ao actual executivo: “Sou membro da maioria e espero que não seja preciso mudar o ciclo político para devolver este feriado, até porque não queria que esta abolição fosse um motivo para muitos portugueses mudarem o seu voto”.
Comemorações Segundo o deputado do CDS “o momento que vivemos convoca ainda mais para a importância destas datas” e por isso o movimento quer inaugurar a segunda geração de comemorações da independência com “um festival nacional de bandas filarmónicas durante o dia e actuações de várias tunas à noite.”
No total, são 16 as autarquias que colaboraram com estas iniciativas, com especial destaque para a de Lisboa, que receberá o acto central junto ao Palácio da Independência, sede do movimento, e outras actuações em redor do monumento dos restauradores. Mas o fundador garante que as comemorações não se centrarão na capital. “Estamos a levantar e a dar destaque a outros movimentos que existem nos restantes pontos do país, como é o caso dos festejos de Guimarães, onde existe até uma letra própria para o hino da restauração.”
O movimento que defende o feriado de 1 de Dezembro acredita na “adesão popular” para mostrar que “este feriado só é esquecido por alguma elite política”.

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