segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Credores estudam novo perdão à Grécia em 2015 - Dinheiro Vivo

Credores estudam novo perdão à Grécia em 2015 - Dinheiro Vivo

O Banco Central Europeu, o FMI e alguns dos credores públicos estão a estudar a possibilidade de um novo perdão de dívida à Grécia. A notícia é avançada pela Der Spiegel. A revista alemã revela que os ministros das Finanças da Zona Euro e outros representantes institucionais estiveram "secretamente" reunidos em Paris, na última segunda-feira, para estudar esta hipótese. A Der Spiegel avança que o BCE e o FMI consideram que um perdão de dívida é um caminho inevitável, para garantir a sustentabilidade das finanças públicas. Até agora, o BCE e a Alemanha têm manifestado a sua oposição a um novo haircut da dívida grega, que, de acordo com alguns jornais, poderia ascender a um corte de até 50% dos empréstimos .
Alguns analistas consideram, no entanto, que o Governo alemão jamais poderia apoiar uma decisão desta natureza. Em setembro haverá eleições na Alemanha. E a opinião pública alemã é desfavorável a financiar um novo resgate ou a assumir perdas com a dívida grega. Uma decisão apoiada pelo Governo poderia significar uma derrota nas eleições.
A solução está nas páginas do Die Welt am Sonntag. O jornal avança 2015 como a data provável para o haircut da dívida, o que permitiria a Angela Merkel atravessar o período eleitoral sem a turbulência de uma opinião pública desfavorável.
Hoje, os ministros da Economia e Finanças da Zona Euro voltam a encontrar-se, numa reunião em Bruxelas, para tentar desatar o nó das últimas conversações. O objetivo é resolver um problema mais urgente, que tem a ver com o desembolso da primeira tranche do segundo resgate à Grécia.
Em cima da mesa estão outras possibilidades. Uma delas poderá passar pelo perdão de juros durante dez anos, nos empréstimos assumidos pelo fundo europeu de estabilidade financeira. A segunda possibilidade terá a ver com mexidas nas margens de lucro dos empréstimos bilaterais. Mas esta proposta já mereceu a oposição da Alemanha. Falar numa nova reestruturação "destruiria qualquer possibilidade que a Grécia ainda possa ter de um dia, ir ao mercado financiar-se", defende Berlim.
Na reunião de hoje "tem de ser encontrada uma solução". Atenas precisa urgentemente do novo pacote de ajuda de 31 500 milhões de euros para poder pagar salários e pensões. O grande problema por resolver é como colocar a dívida grega numa trajetória sustentável para atingir 120% do PIB em 2020. "A Zona Euro está muito perto de uma solução", garantiu ontem Pierre Moscovici. "Seria "irresponsável" falhar o acordo, concluiu o ministro das Finanças francês.
*Em Bruxelas

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