sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Soares dos Santos abre 40 clínicas em centros comerciais | iOnline

Soares dos Santos abre 40 clínicas em centros comerciais | iOnline

Holding da família Soares dos Santos investe 5 milhõesde euros em rede de clínicas em centros comerciais
 
É fácil, é barato e pode vir a dar milhões. A nova área da sociedade Francisco Manuel dos Santos, a saúde, abriu em Julho, através de quatro clínicas inseridas num projecto-piloto que pretende chegar às 40 unidades a médio prazo, num investimento inicial que rondou os 4 milhões de euros.
O objectivo? Criar um atendimento de proximidade em centros comerciais que proporcione aos utentes um médico de família e algumas valências extra, como a saúde oral, o nutricionismo e a podologia, sete dias por semana, das dez da manhã às dez da noite.
O conceito é importado dos Estados Unidos da América, onde este tipo de serviços nasceu colado às farmácias, que normalmente se implantam em centros comerciais, e permitem aos consumidores incluir os cuidados de saúde na lista de serviços a que têm acesso quando vão a uma grande superfície.
As clínicas Walk’in respondem precisamente às necessidades deste tipo de consumidores. Não querem concorrer nem com os centros de saúde nem com as urgências hospitalares, mas posicionam-se na resposta a inúmeros sintomas, por um preço muito competitivo, que entopem as urgências dos hospitais e obrigam os utentes a inúmeras horas de espera, por não serem uma verdadeira urgência: dores de garganta, febre, tosse, diarreia, dores de ouvidos, indisposições de diversas origens.
Além disso, e através de protocolos já firmados com seguradoras, atendem igualmente os subscritores de um seguro de saúde, num universo que actualmente é de cerca um milhão e oitocentos mil portugueses.
Projecto-piloto O pontapé de saída do novo projecto da sociedade Francisco Manuel dos Santos começou na região da Grande Lisboa (Telheiras e Sintra), Santa Maria da Feira e Aveiro, que integram populações bem diversas, das da classe média e alta à baixa, passando por populações oriundas de zonas industriais e pelo universo estudantil.
Nestes primeiros meses de actividade já foi possível inferir que a esmagadora maioria dos utentes se situa na faixa etária que vai dos 24 aos 54 anos e está disposta a pagar entre 30 e 35 euros por uma consulta, seja ou não comparticipada por um seguro.
Além da medicina geral, as clínicas oferecem ainda duas especialidades mais ligadas à prevenção e à promoção da saúde: a podologia, ou o estudo dos pés com o que tudo isso implica (dores de cabeça, musculares, etc.) e o nutricionismo, que passa sobretudo por ensinar bons hábitos alimentares com especialistas devidamente formados nesta área.
Além disso, far-se-á a recolha e análises ao sangue, com um parceiro externo, e onde os utentes do Serviço Nacional de Saúde poderão utilizar as credenciais passadas nos centros de saúde e hospitais.
Os primeiros inputs foram animadores; numa sondagem a um universo de 1550 pessoas atendidas entre 15 de Julho e 15 de Outubro, 88% das pessoas classificaram os serviços prestados pelas quatro clínicas entre os oito e os nove pontos numa escala de zero a 10.
O investimento inicial do projecto incluiu a contratação de uma multinacional para o desenvolvimento de um sistema informático que permite a qualquer utente ser atendido em qualquer das clínicas como se fosse a sua e ainda fazer marcação de consultas online ou aceder aos seus dados pessoais através da internet.
O excesso de procura também está previsto no novo software. Sempre que for a uma clínica sem marcação prévia pode ir dar uma volta no centro comercial mais próximo e será contactado, por sms, avisando-o da hora certa da consulta.
O conceito promete dar que falar nos próximos anos, numa altura em que se discutem as funções sociais do Estado e em que os cuidados de saúde no público prometem ser a próxima vítima da austeridade.

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