terça-feira, 10 de setembro de 2013

Exército sírio provavelmente por detrás de ataque químico | iOnline

Exército sírio provavelmente por detrás de ataque químico | iOnline

De acordo com a HRW, o tipo de mísseis e de lançadores usados no ataque eram conhecidos como "estando apenas na posse e sendo apenas utilizados" pelas forças armadas sírias
O exército sírio esteve muito provavelmente na origem do ataque com armas químicas, do mês passado, que causou centenas de mortos, declarou hoje a Human Rights Watch (HRW).

Num relatório, de 22 páginas, publicado nos Estados Unidos, a organização de defesa dos direitos humanos conclui que provas credíveis "sugerem fortemente" que as forças armadas do Presidente sírio, Bashar al-Assad, levaram a cabo o ataque.

A HRW tirou estas conclusões depois de analisar os relatos de testemunhas dos ataques em Ghouta, a 21 de agosto, informações sobre a provável origem dos mesmos, detritos das armas usadas e sintomas apresentados pelas vítimas.

"Os detritos de ‘rockets' e os sintomas das vítimas dos ataques de 21 de agosto em Ghouta constituem os elementos de prova credíveis relativos às armas utilizadas", indicou o diretor das situações de emergência da organização, Peter Bouckaert, em declarações citadas pela AFP.

"Estas provas sugerem fortemente que as tropas do Governo sírio lançaram mísseis carregando ogivas químicas contra subúrbios de Damasco naquela manhã terrível", acrescentou.

De acordo com a HRW, o tipo de mísseis e de lançadores usados no ataque eram conhecidos como "estando apenas na posse e sendo apenas utilizados" pelas forças armadas sírias.

Os Estados Unidos dizem que mais de 1.400 pessoas, incluindo 400 crianças, foram vítimas do ataque com gás, o qual viria a desencadear a ameaça por parte do Presidente Barack Obama de uma intervenção militar. Outras fontes relatam um número inferior, mas ainda assim um elevado número de vítimas.

Os países ocidentais e a Liga Árabe condenaram o ataque e apontaram o dedo ao regime de Assad, o qual nega as acusações.

Gás sarin foi muito provavelmente usado no ataque, afirma a organização, segundo a qual terão sido utilizados dois tipos diferentes de ‘rockets' - um de 330 mm com uma ogiva desenhada pata transportar uma grande quantidade de um agente químico líquido e um míssil mais pequeno (de 140 mm), apto para carregar uma ogiva com capacidade para 2,2 quilogramas de sarin.

A HRW descreve o ataque como o primeiro em que foi feito um grande uso de armas químicas desde o que foi lançado pelo Governo iraquiano contra civis curdos em Halabja há 25 anos.

"O uso cada vez mais evidente de armas químicas no conflito da Síria deve relançar o debate internacional sobre a interdição do seu uso e, mais abrangentemente, sobre a proteção da população civil síria", referiu Peter Bouckaert.

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