quinta-feira, 19 de setembro de 2013

EUA à beira de nova crise política - Internacional - Sol

EUA à beira de nova crise política - Internacional - Sol

A semanas de se atingirem importantes datas orçamentais, os EUA dirigem-se para uma nova crise política, com o Presidente Barack Obama a acusar a intransigência republicana de poder provocar uma situação catastrófica de incumprimento no reembolso da dívida.
Em particular, duas datas se aproximam rapidamente, 1 de Outubro, quando começa o exercício orçamental de 2014, antes da qual têm de ser votados os créditos respectivos, e meados de Outubro, quando o Tesouro norte-americano terá atingido o limite legal da dívida federal.
Em cada ano, o Congresso, divido entre uma Câmara dos Representantes controlada pelos republicanos e um Senado de maioria democrata, deve pôr-se de acordo e votar um mesmo texto, para evitar o encerramento dos serviços não essenciais do Estado federal, como ocorreu pela primeira vez em 1995, e um incumprimento no serviço da dívida.
Estas duas eventualidades "poderiam ter consequências muito graves para os mercados financeiros e a economia", avisou na quarta-feira o presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Ben Bernanke.
Mas os republicanos tencionam usar o seu poder para associar os dois assuntos à anulação da reforma emblemática do Governo de Obama, a da saúde, aprovada em 2010, o que está a ser visto na Casa Branca como chantagem.
"Nunca vimos isto, que um orçamento seja submetido à eliminação de um programa votado pelas duas câmaras do Congresso, cuja constitucionalidade foi confirmada pelo Supremo Tribunal, que está a duas semanas de ser aplicado na íntegra e que ajuda 30 milhões de pessoas a conseguir finalmente um seguro saúde", denunciou Obama, durante um discurso para líderes empresariais em Washington.
O dia 1 de Outubro vai marcar a abertura das inscrições para milhões de norte-americanos que não têm seguro saúde e desejem aderir a uma garantia subvencionada pelo Estado. A lei obriga todos os residentes nos EUA a terem um seguro saúde a partir de 1 de Janeiro de 2014, sob pena de ser aplicada uma penalidade fiscal.
A Câmara dos Representantes vai também votar na próxima semana a subida do limite do endividamento do Estado federal.
Na terça-feira, o secretário do Tesouro, Jacob Lew, recordou que o limite do endividamento [16,7 biliões (milhão de milhões) de dólares (12,4 biliões de euros)] foi atingido em Maio e que as medidas extraordinárias esgotar-se-iam em meados de Outubro.
O economista-chefe da Moody's Analytics, Mark Zandi, estimou, durante uma audição no Congresso, que a data limite para votar a subida do limite da dívida seja "provavelmente em 18 de Outubro", quando estão programados os pagamentos do Estado federal aos médicos e hospitais, ou no mais tardar em 1 de Novembro, data do pagamento das reformas.
No verão de 20111, um impasse semelhante sobre o nível da dívida conduziu a agência de notação financeira Standard and Poor's a retirar aos EUA a sua nota de triplo A, sinónimo de solvabilidade máxima nos mercados financeiros.

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