quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Católica prevê o dobro da recessão e desemprego de 16,7% em 2013 - Economia - PUBLICO.PT

Católica prevê o dobro da recessão e desemprego de 16,7% em 2013 - Economia - PUBLICO.PT

Previsões da Universidade Católica contrariam as do Governo e antecipam uma queda da economia no próximo ano que pode chegar aos 2,6%. A taxa de desemprego chegará aos 16,7%. E a incerteza, avisam os economistas, é “excepcionalmente” elevada.

O Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica actualizou hoje as suas previsões para Portugal, na sequência da proposta do Orçamento do Estado (OE) de 2013.

O “agravamento da conjuntura externa” e o facto de o ajustamento orçamental exigido para 2013 ser superior ao antecipado levam os economistas da Católica a antecipar um “cenário mais recessivo”, com uma quebra de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano. O NECEP diz mesmo que o intervalo da sua estimativa – a queda do PIB poderá ir de 1,4% a 2,6% - exclui a actual previsão do Governo, que aponta para uma contracção de apenas 1%. A anterior previsão do NECEP, datada de Julho, apontava para uma contracção de 0,9%.

Também a previsão para a taxa de desemprego é pior do que a do Governo. O NECEP antecipa que o número de desempregados atinja os 16,7% da população activa, enquanto o OE aponta para uma taxa de 16,4% em 2013.

Nos últimos dias, vários economistas têm vindo a pôr em causa das previsões macroeconómicas do Governo, por considerarem que o impacto que a nova dose de austeridade e, sobretudo, que o “enorme aumento de impostos” terá na economia será superior ao estimado pelo executivo.

Aliás, de acordo com o NECEP, as previsões do núcleo “permanecem envoltas num grau de incerteza excepcionalmente elevado”. A Católica destaca, nomeadamente, as dúvidas sobre o cumprimento dos objectivos orçamentais no próximo ano, “num enquadramento político e social menos favorável do que em 2012”. Além disso, há também “fenómenos externos” que poderão ter impacto nas previsões, com destaque para os sinais de desaceleração da economia mundial, questões políticas ligadas aos resultados das eleições americanas e, nomeadamente, as dúvidas sobre a resolução da crise na zona euro.

Para 2012, o NECEP reviu ligeiramente a queda do PIB, antecipando que a economia cai 2,8%, e não 3% como prevê o Governo. A Católica destaca que, apesar do quadro muito recessivo, a consolidação orçamental foi menos forte do que o previsto este ano e as exportações tiveram um bom comportamento.

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