sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Preços: Tudo o que vai aumentar em 2013 - Dinheiro Vivo

Preços: Tudo o que vai aumentar em 2013 - Dinheiro Vivo

A chegada de 2013 marca também a entrada em vigor de novos preços que os portugueses terão de pagar pela generalidade dos bens e serviços que utilizam. Poucas áreas escapam e em algumas a subida vai muito além da inflação prevista. Veja o que vai subir de preço nos principais setores.
Gás e eletricidade. A eletricidade vai subir 2,8% e o gás vai aumentar 2,5% a partir de janeiro, valor que será revisto trimestralmente até ao final de 2015, altura em que o mercado ficará totalmente liberalizado. O aumento de 2,8% nas tarifas de venda a clientes finais para 2013 é de 1,24 euros, para uma fatura média mensal de 47 euro, abrangendo a maioria das famílias portuguesas, cerca de 5,6 milhões de consumidores. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) deve anunciar, em fevereiro, novas tarifas para o período entre 1 de abril e 30 de junho.
Por seu lado, as tarifas transitórias do gás para os consumidores domésticos e pequenas empresas, com consumos até 10 mil metros cúbicos, que se encontram no mercado regulado, sofrem um acréscimo de 2,5% a partir de 1 de janeiro de 2013. 
Portagens.Os preços das portagens nas autoestradas e ex-SCUT vão aumentar cerca 2,03% em janeiro, de acordo com a fórmula de cálculo que resulta da taxa de inflação homóloga, divulgada em novembro pelo Instituto Nacional de Estatística.
A fórmula que estabelece como é feito o aumento do preço das portagens em cada ano está prevista no decreto-lei nº 294/97, e estabelece que o aumento a praticar em cada ano tem como referência a taxa de inflação homóloga sem habitação no Continente conhecida até dia 15 de novembro do ano anterior, data em que os concessionários devem comunicar ao Governo as suas propostas de aumentos dos preços.
Rendas. Os inquilinos com contrato de arrendamento posterior a 1990 vão ter, em 2013, um aumento máximo de 3,4%, enquanto nos outros casos a atualização será negociada com o senhorio ou calculada segundo o valor fiscal do imóvel.
A taxa de inflação que serve de referência para a atualização das rendas foi divulgada em setembro pelo Instituto Nacional de Estatística e corresponde à variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços do Consumidor (IPC), sem habitação, em agosto, que foi de 3,36%.
Já no caso dos contratos habitacionais celebrados antes de 1990 (ou 1995 para os contratos comerciais) a atualização será feita através de negociação entre as partes ou com base em 1/15 do valor patrimonial do imóvel (6,72%).
Os novos valores das rendas têm porém taxas de esforço máximas para as famílias carenciadas: até 10% para rendimentos brutos de 500 euros, 17% para rendimentos entre 501 e 1.500 euros e 25% desde os 1.501 até aos 2425 euros.
Os inquilinos terão de comprovar os seus rendimentos, mediante uma declaração das Finanças.
Tabaco e bebidas alcoólicas. O preço do tabaco e das bebidas alcoólicas deve sofrer nova alteração no próximo ano por força de mais aumentos de impostos incluídos no Orçamento do Estado para 2013.
A taxa do Imposto sobre o Tabaco sobre os cigarros sobe 1,3%, que incide sobre o elemento específico deste imposto, que passa dos atuais 78,37 euros por mil cigarros para 79,39 euros. O imposto sobre os charutos e as cigarrilhas aplicado no preço de venda ao público sobe também dos atuais 15% para 20%.
Já o chamado tabaco de corte fino que tem como destino os cigarros de enrolar e os restantes tabacos de fumar, o Governo elimina a taxação no preço de venda que era de 61,4% no tabaco de corte fino e de 50% nos restantes tabacos de fumar, e passa a taxar ambos como o tabaco normal, com um elemento específico (valor monetário por cigarro que neste caso é por grama) e um elemento 'ad valorem', de percentagem sobre o preço de venda.
O tabaco de corte fino destinado a cigarros de enrolar já tinha este elemento específico de 0,075 euros/grama que passa no entanto a incluir os restantes tabacos de fumar e a ser de 0,065 euros/grama.
A estes dois tipos de tabaco passam-se também a aplicar uma taxa em percentagem sobre o preço de venda de 20%, com o limite mínimo de imposto aplicado ao tabaco de corte fino destinado a cigarros de enrolar e aos restantes a ser 0,09 euros por grama.
No caso das bebidas alcoólicas, o aumento generalizado é de 1,3%. As cervejas sofrem este aumento, tal como a taxa dos produtos intermédios, como é o exemplo dos vermutes, que passa dos atuais 64,57 euros/hectolitro para 65,41 euros/hectolitro. A taxa sobre as bebidas espirituosas aumenta em 7,5%, passando a taxa de 1.108,94 euros / hl para 1.192,11 euros/hl.
Telecomunicações. Falar ao telemóvel vai ficar mais caro no próximo ano, com os três operadores de telemóveis - TMN, Optimus e Vodafone - a prepararem-se para subir os seus tarifários em 3% a partir de fevereiro.
A Vodafone foi a primeira a anunciar um ajustamento médio de 3%, aplicado a partir de 1 de fevereiro de 2013, logo seguida da TMN que também já fez saber que os preços dos seus tarifários pré-pagos e pós-pagos e mensalidades de serviços serão atualizados da mesma forma.
A Optimus também já revelou que vai aumentar em 3% os preços para 2013, o que significa que a subida dos tarifários nas telecomunicações móveis vai ser maior do que a inflação.
No telefone fixo, o tarifário do serviço universal baixa 23,3% no preço por minuto nas chamadas em horário normal, passando de 0,0318 para 0,0244 euros por minuto, a partir de 1 de janeiro.
Transportes. O preço dos transportes públicos em 2013 vai aumentar “em linha com a inflação” depois de ter disparado nos últimos dois anos, com subidas consecutivas de 4,5%, 15% e 5%.
O despacho governamental que estabelece o aumento dos transportes foi publicado a 19 de dezembro e fixou em 0,9% o aumento médio para 2013 confirmando o que o secretário de Estados dos Transportes já havia assumido quando garantiu que os aumentos iriam ficar “em linha com a inflação” prevista no Orçamento do Estado para 2013, ou seja, 0,9%. 
Alimentos. Leite, pão e café devem manter-se no próximo ano com preços semelhantes aos de 2012: os industriais do setor admitem que face à crise têm pouco espaço de manobra para subir preços e preferem perder margens do que clientes.
“Os industriais continuam a ver as suas margens encurtadas por duas vias: compram matéria-prima mais cara e vendem produtos com menos valor acrescentado”, disse o presidente da Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL), Pedro Pimentel, que acredita que o preço do leite vai estabilizar.
Pedro Pimentel sublinhou que a indústria enfrenta, por um lado, uma “forte tendência inflacionista da matéria-prima” (cereais e rações), que teve grande impacto nas explorações e se deve manter em 2013, e por outro, um mercado que procura produtos cada vez mais baratos.
“Os produtos praticamente não oscilaram de preço, mas compraram-nos produtos mais baratos, ou seja vendemos quase os mesmos litros que no ano anterior, mas ganhámos menos euros”, comentou.
Para o presidente da ANIL, a tendência de procura de produtos de gama mais baixa vai manter-se em 2013, pelo que os preços devem “aumentar muito moderadamente ou mesmo estabilizar”, para não agravar a quebra nas vendas. "Vamos ter um ano muito crítico”, resumiu.
Também os preços do pão, outro produto de grande consumo, não devem sofrer grandes oscilações. O presidente da Associação do Comércio e Indústria da Panificação (ACIP), Francisco Silva, adiantou à Lusa que falta conhecer ainda alguns dados essenciais como o preço da farinha e os custos da energia, mas estima que o pão se mantenha com preços semelhantes aos de 2011.
“Numa situação tão difícil como esta, o objetivo é manter os preços para não aumentar os riscos de pobreza e não perder clientes”, justificou, assinalando que a subida também “não foi significativa” em 2012, tendo a indústria perdido “margem e valor” face à “subida brutal” da energia e das matérias-primas.
“No último ano e meio, a matéria-prima subiu cerca de 70% e a retificação dos preços foi apenas de 6 a 7%”, salientou Francisco Silva. Uma carcaça custa, em média, entre 10 a 16 cêntimos.
Já pagar mais pelo café vai depender muito da decisão de cada empresário.

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