sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

EDP Renováveis. Chineses compram 49% por 359 milhões | iOnline

EDP Renováveis. Chineses compram 49% por 359 milhões | iOnline

A venda de 49% da EDP Renováveis à China Three Gorges é o primeiro passo de um acordo que vale 2 mil milhões de euros.

É mais uma etapa da parceria estratégica com a China Three Gorges, o grupo chinês que comprou 21,3% do capital da EDP. A eléctrica anunciou ontem um acordo para a venda de 49% do capital da EDP Renováveis Portugal aos accionistas chineses. O negócio deixa de fora a participação da EDP na Eneop, empresa que ganhou o principal concurso para a instalação de potência eólica em Portugal.
A transacção, que inclui ainda a assunção de 25% dos empréstimos feitos pela casa-mãe, vai render 359 milhões de euros à EDP Renováveis. A operação envolve 615 megawatts de parques eólicos em operação. A filial portuguesa da EDP Renováveis sai valorizada neste negócio mil milhões de euros. Com sede em Espanha, a EDP Renováveis tem os maiores activos, sobretudo a carteira de projectos em desenvolvimento, fora de Portugal: em Espanha, nos Estados Unidos, na Europa Central e do Leste e no Brasil. O mercado nacional representa menos de 10% da potência já em operação.
A operação foi o pretexto para um balanço da parceria estratégica entre a EDP e a China Three Gorges, um ano depois de ter sido anunciada a vitória dos chineses na privatização. O acordo então assinado prevê que o grupo chinês invista 2 mil milhões de euros em projectos da empresa portuguesa. O negócio de ontem foi o primeiro passo deste compromisso. O presidente executivo da EDP, António Mexia, revelou que estão a ser analisados 15 projectos eólicos em vários países, da Ásia e da América Latina à Austrália.
A compra de participações minoritárias em activos detidos pela EDP é uma das formas de financiamento da eléctrica por parte do seu maior accionista. Em paralelo, está prevista a concessão de linhas de crédito, em condições de mercado favoráveis, por parte de instituições financeiras chinesas. Já este Verão foi contraído um financiamento de 800 milhões de euros junto do Bank of China.
O acesso a fontes de financiamento foi um dos principais trunfos da China Three Gorges no processo de privatização da EDP. A eléctrica portuguesa tem uma dívida que ultrapassa os 18 mil milhões de euros e cujo refinanciamento foi afectado pela crise da dívida pública portuguesa. Já este ano, a EDP foi a primeira grande empresa nacional a conseguir um regresso aos mercados internacionais com uma emissão de dívida.
Outro tema na relação entre as duas empresas é o reforço da participação da China Three Gorges no capital da EDP. O governo quer privatizar mais 4,1% da eléctrica que até agora estava comprometido numa emissão obrigacionista. Os chineses já manifestaram interesse em adquirir esse lote de acções que reforçaria a sua posição na eléctrica portuguesa para cerca de 25% do capital.
No entanto, ontem, o presidente da China Three Gorges limitou-se a referir: “Ainda estamos a discutir isto com o governo”, quando questionado sobre o investimento que poderia fazer nesta aquisição. Cao Guangjing está há vários dias em Portugal e já se encontrou com o Presidente da República Cavaco Silva.

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