sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Passos: "No futuro, contribuintes não pagarão perdas da banca" - Dinheiro Vivo

Passos: "No futuro, contribuintes não pagarão perdas da banca" - Dinheiro Vivo

O novo modelo de união bancária, que passa os maiores bancos da zona euro para uma esfera supranacional, vai ter um megafundo de resgate para os bancos, financiado pelos próprios, libertando os contribuintes de eventuais perdas com o salvamento de instituições, como aconteceu até agora.De acordo com Pedro Passos Coelho, que falava aos jornalistas hoje de manhã em Bruxelas, depois da cimeira europeia, "haverá um mecanismo de resolução bancária que garante que não serão os contribuintes que vão suportar perdas inerentes à resolução de qualquer banco".
No futuro, diz o primeiro-ministro, "as perdas que venham a ocorrer serão suportadas pela própria indústria, pelo próprio sector financeiro" que, para tal, "criará um fundo garantido pela própria indústria".
Passos insistiu que "esses custos não serão suportados pelos contribuintes" e que esta é mais uma forma de "quebrar o elo entre o risco bancário e o risco soberano".
Ao contrário do que aconteceu até agora (desde meados de 2007, pelo menos), vários Estados em todo o mundo arcaram nos seus orçamentos com perdas e custos muito significativos de negócios ruinosos conduzidos pelos bancos privados e outros agentes financeiros.
Em Portugal, há pelo menos dois casos de nacionalização total ou parcial - BPN e BPP - que já custaram aos contribuintes cerca de 3000 milhões de euros. A estes valores poderão ainda somar-se as garantias em nome dos contribuintes aos empréstimos  e às recapitalizações dos bancos que, em princípio, deverão ser pagas sem prejuízo para direto para o Estado, garantem os bancos e as autoridades.
Em todo o caso, o facto de o Estado estar a garantir operações no foro da banca privada obriga-o a assumir muito mais dívida e agrava o défice via juros, argumentos que o Governo tem usado para subir impostos e cortar a fundo na despesa pública, penalizando assim de forma indireta os contribuintes.

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