sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Alegados documentos do FBI revelam planos para assassinar activistas do Occupy Wall Street | iOnline

Alegados documentos do FBI revelam planos para assassinar activistas do Occupy Wall Street | iOnline

Jornalista de um site de investigação divulgou documentos que provam que o FBI planeou acções contra activistas de movimentos sociais.

Ao abrigo da Lei de Liberdade de Informação, o FBI foi obrigado a entregar documentos internos que revelam que o movimento não violento Occupy Wall Street (OWS) esteve sob vigilância dos serviços secretos norte-americanos praticamente desde que iniciou a sua actividade, em Setembro de 2011, sendo tratado como uma potencial ameaça terrorista doméstica.
Os documentos revelam que foram destacados agentes das operações de contraterrorismo para seguir as actividades do movimento, isto apesar de, até a nível interno, o FBI reconhecer que o OWS sempre se opôs a tácticas violentas.
As acções de vigilância alargaram-se a todo o país com a expansão do movimento, que assumiu um âmbito nacional, com os agentes do FBI a partilharem informação não apenas com as polícias locais e as universidades mas também com empresas. Segundo informação avançada pelo Huffington Post, os documentos provam que o FBI colaborou com várias empresas privadas, incluindo bancos que receavam poder vir a ser afectados pelos protestos do OWS.
Mara Verheyden-Hilliard, dirigente da Partnership for Civil Justice Fund (PCJF, organização jurídica sem fins lucrativos que se dedica a questões relacionadas com direitos civis e que divulgou os documentos), disse que estes provam que “década após década e à medida que surgem novos movimentos de justiça social, o FBI assume repetidamente o mesmo papel, que é actuar como a polícia secreta do sistema contra o povo”.
Os documentos, divulgados no final da semana passada, não passam, segundo pensa a PCJF, da ponta do icebergue, e são revelados 14 meses depois de a polícia nova-iorquina ter usado de força excessiva para expulsar os manifestantes que em Novembro de 2011 se reuniram no Zuccoti Park, na Baixa de Manhattan, em protesto contra a desigualdade social e económica nos EUA, a ganância, a corrupção e a influência exercida pelas grandes empresas sobre o governo.
Embora as manifestações do OWS tenham desde então sido alvo de enormes restrições e medidas de segurança devido às políticas adoptadas contra o movimento pela forças policiais, a polémica não esmoreceu e muitas questões continuam a ser levantadas sobre “a forma como as forças de segurança locais e federais vigiaram e trataram os manifestantes”, de acordo com um memorando dos escritórios do FBI em Jacksonville (Florida), datado de Outubro de 2011.
Entre as principais preocupações deste movimento está o receio de que as grandes corporações e o sistema financeiro global estejam a controlar o mundo de uma forma que beneficia desproporcionalmente uma minoria, minando a democracia e conduzindo à instabilidade económica e social. Em pouco mais de um ano, o OWS conseguiu virar a atenção dos americanos e de alguns dos seus representantes para a enorme desigualdade que tem vindo a dificultar cada vez mais a mobilidade social.
planos para matar activistas Jason Leopold, jornalista de investigação do website Truth-Out, que teve também acesso aos documentos internos do FBI relacionados com o movimento OWS, reparou que entre os documentos revelados se levantam questões relacionadas com planos de homicídio contra activistas do OWS em Houston, no Texas.
A maior parte das 112 páginas de documentos do FBI são dedicadas a preocupações com ataques cibernéticos contra o sector financeiro, e apesar de em muitas haver pedaços importantes de informação censurados, na página 61 pode ler-se: “A entidade [censurado] em Outubro planeava levar a cabo ataques de franco-atiradores contra manifestantes em Houston, Texas, se necessário. A entidade [censurado] soube que os manifestantes de Nova Iorque e Seattle estavam a preparar protestos semelhantes em Houston, Dallas, San Antonio e Austin, Texas. [Censurado] planeava reunir informações contra os líderes dos grupos de manifestantes e obter fotografias para em seguida levar a cabo um plano para matar a liderança através de espingardas de longo alcance com supressores.”
No fim da página 68 e no topo da 69 lê--se: “A 13 de Outubro de 2011, o autor enviou por email um excerto [censurado] relacionado com os escritórios do FBI em Houston [censurado] à atenção de todos os agentes – IA, SSRA e SSA [censurado]. Este [censurado] identificava a exploração do OWS por [censurado] interessado em desenvolver um plano de longo prazo para matar líderes locais do movimento através de ataques surpresa com snipers.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário