sexta-feira, 21 de junho de 2013

Um curso de engenharia com 100% de empregabilidade - Dinheiro Vivo

Um curso de engenharia com 100% de empregabilidade - Dinheiro Vivo

Procura um curso único no país, onde mal termina a licenciatura vai ter empresas atrás de si para o contratar e que até no estrangeiro paga milhares de euros mensais de salário? Existe em Portugal, no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e tem a vantagem de ser acessível com a prova de Matemática B - menos «puxada» que a Matemática A de todos os cursos de engenharia -, e formar apenas 20 alunos por ano desde 2006: Metrologia.
Mas despache-se, porque o curso está em risco de fechar, se tiver menos de dez candidatos este ano, conforme o Governo definiu. António Silveira, responsável pelo curso, acredita que é por a metrologia (ciência das medições) ser confundida com a meteorologia (ciência que estuda a atmosfera terrestre) que não têm tantas candidaturas como deviam, não só pela oportunidade que o curso representa para os jovens, como pela "enorme transversalidade a todas as engenharias" que também contribui para a empregabilidade de 100% no curso.
"Custa-me imenso ver que a enorme ignorância em relação a este ramo da engenharia, que confundem com meteorologia, mas que está presente em todas as atividades económicas que tenham de efetuar medições e, por isso, ainda tem uma carência imensa no nosso país, pode levar ao encerramento de um curso que é uma oportunidade para os jovens", confessa António Silveira.
"Segundo a Associação Europeia de Institutos Nacionais de Metrologia, nos países desenvolvidos as atividades ligadas a esta área da engenharia representam 6% do PIB, o que, em Portugal, ascenderá a 10 mil milhões de euros. Ainda temos muito para crescer", aponta o responsável.
Quando vai a uma bomba de gasolina, repara no selo da verificação metrológica, que lhe garante que a quantidade de combustível que o aparelho indica é a que realmente meteu no carro? E quando toma um medicamento, como sabe se as dosagens foram corretamente medidas na fábrica? Ou quando vai ao Centro de Saúde e lhe medem a tensão arterial, sabe quem calibrou a pressão do aparelho?
Há engenheiros do ISEP a trabalhar em todos os continentes e o mercado de trabalho está "ávido de metrologistas", de tal ordem que "no último curso, as empresas pediam estagiários e não ficavam só com um, queriam todos". As indústrias precisam de metrologistas para calibrar todos os instrumentos de medição, mas também nos serviços de controle de qualidade e em hospitais, onde uma diferença num instrumento pode significar a vida ou a morte.

"Estamos a ultimar o Centro de Investigação em Metrologia, que é uma parceria do ISEP, do Hospital de S. João, do Centro de Apoio Tecnológico da Indústria Metalomecânica e do Instituto Eletrotécnico Português, que vai trabalhar em métodos de calibração e permitirá reduzir custos das entidades hospitalares", adiantou, ainda, António Silveira.

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