quinta-feira, 20 de junho de 2013

Deloitte condenada por má conduta envolvendo lavagem de dinheiro | iOnline

Deloitte condenada por má conduta envolvendo lavagem de dinheiro | iOnline

Empresa chega a acordo com o governador de Nova Iorque para pagar multa de 10 milhões de dólares e ficar um ano sem exercer consultoria

Pagar 10 milhões de dólares (7,4 milhões de euros) ao estado de Nova Iorque e ficar um ano sem exercer consultoria a empresas sedeadas naquele estado. Estes são os termos mais importantes do acordo a que o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, chegou anteontem com a Deloitte, depois de a consultora ter sido acusada de má conduta, violar a lei e falta de autonomia em assuntos ligados a lavagem de dinheiro durante o período em que assessorou o banco Standard Chartered, patrocinador do Liverpool.
"O acordo com a Deloitte servirá como modelo para reformar os serviços de consultoria financeira, não só em Nova Iorque mas também em todo o país", afirmou o governador, defendendo que "quando são mandatadas por agências governamentais para regular instituições financeiras, é essencial que as consultoras mantenham a sua autonomia e evitem conflitos de interesses".
Este processo começou em 2004 depois de a Deloitte ter sido escolhida pelo banco norte-americano para analisar o cumprimento da legislação sobre o combate à lavagem de dinheiro e identificar as deficiências nesta matéria na sua filial nova-iorquina, na sequência de um acordo celebrado com a Reserva Federal de Nova Iorque.
Uma investigação conduzida pelo Departamento de Serviços de Consultoria Financeira do Estado de Nova Iorque concluiu posteriormente que a Deloitte não demonstrou "a necessária autonomia requerida às consultoras que executam actividade regulatória".
Em causa está o facto de a consultora, depois de uma objecção do Standard Chartered, ter retirado uma recomendação ao departamento estatal sobre a forma como determinados pagamentos em transacções eram facilmente manipulados pelos bancos conseguindo desta forma evitar o controlo na lavagem de dinheiro.
A investigação permitiu detectar ainda que um consultor sénior da Deloitte enviou emails aos trabalhadores do banco com dois relatórios sobre questões de anti-lavagem de dinheiro de outros bancos clientes da empresa. Ambos os documentos continham informações de supervisão confidenciais, uma situação que a Lei Bancária de Nova Iorque expressamente proíbe.
"De tempos a tempos, as consultoras são infectadas por uma cultura de 'eu coço as tuas costas se tu coçares as minhas' e uma gritante falta de independência", criticou o director do Departamento de Serviços de Consultoria Financeira, Benjamin Lawsky, garantindo que "a investigação e a reforma da indústria de consultoria está longe de estar terminada".

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