quarta-feira, 24 de abril de 2013

Swapgate. Buraco duplicou desde que foi identificado, em 2011 | iOnline

Swapgate. Buraco duplicou desde que foi identificado, em 2011 | iOnline

Em Julho de 2011, derivados e swaps comportavam risco de 1,5 mil milhões. Agora chega a 3 mil milhões.


O risco potencial dos instrumentos de gestão de risco financeiro (IGRF) contratados pelas empresas públicas cresceu 102% desde que foi identificado, passando dos 1,48 mil milhões de euros apurados em Julho de 2011, e relativos ao final de 2010, para os 3 mil milhões de euros que o governo anteontem avançou – o último valor concreto é do final de Setembro de 2012, altura em que o risco já ascendia a 2,63 mil milhões de euros.
A contabilização dos riscos potenciais das empresas públicas com estes instrumentos financeiros foi realizada ainda a pedido de Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro e Finanças de Sócrates, em Junho de 2011. Logo na altura “recolheu-se informação junto das empresas que haviam assinalado que recorriam à contratação de IGRF”, tendo a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) avançado com a informação logo no relatório anual do Sector Empresarial do Estado relativo a 2010, publicado em Julho de 2011.
O risco potencial destes instrumentos até ao final de 2011 continuou a crescer, chegando aos 2,4 mil milhões de euros no final desse ano. O tempo que o governo PSD/CDS levou a tomar quaisquer medidas em relação a esta bomba financeira foi anteontem justificado pelo Ministério das Finanças com o facto de primeiro ter optado por pedir ao “IGCP para levar a cabo uma análise aprofundada às características destes instrumentos”, já que o executivo, “apesar” de conhecer “a dimensão potencial do problema”, achou que “as características e riscos associados em concreto a estes instrumentos não eram claros”.
Obtidos os resultados dessa análise, concluiu-se cerca de um ano e meio depois “que vários destes contratos têm características problemáticas por não se tratar de meros instrumentos de cobertura de risco e incorporarem estruturas altamente especulativas”. Assim, o governo só há dois meses é que avançou com “um processo negocial com os bancos envolvidos dando prioridade absoluta à reparação dos prejuízos financeiros sofridos pelo Estado, da forma mais rápida e certa possível”. Agora o governo promete que apresentará até ao final da semana “o resultado do processo negocial encetado com os bancos”, tendo entrado neste processo com uma perda potencial 102% acima do valor primeiro identificado.
Ainda em Julho de 2011, no relatório sobre o SEE já referido, a DGTF salientava que, “apesar de o objectivo da contratação dos IGRF ser a cobertura do risco financeiro, verifica-se, quer em 2010, quer em 2011, que em consequência das reduzidas taxas de juro os IGRF apresentam um valor de mercado cada vez mais negativo”. Agora a bomba vai explodir: A banca reclama pagamentos. 

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