sexta-feira, 5 de abril de 2013

Primeiro-ministro rejeita cenário de crise política com a saída de Relvas - JN

Primeiro-ministro rejeita cenário de crise política com a saída de Relvas - JN

O primeiro-ministro garantiu, esta sexta-feira, no debate quinzenal, que a saída do ministro Miguel Relvas não criará nenhuma crise política no país, em resposta ao líder do PS, António José Seguro. O PCP e BE pediram que, "em solidariedade" com Miguel Relvas, Pedro Passos Coelho se demita também.
 
foto Natacha Cardoso / Global Imagens/ Arquivo
Primeiro-ministro rejeita cenário de crise política com a saída de Relvas
Primeiro-ministro no Parlamento
 
Em tom duro, António José Seguro começou por afirmar que "o Governo "já não tem ponta por onde se pegue" e que a prestação de Passos Coelho enquanto primeiro-ministro, "demonstra que está perdido e que não estava preparado para ser primeiro-ministro". E depois, com ironia, avançou que na bancada socialista não há quem tenha desistido por falta de força anímica.
"Ao contrário do que sugere, não temos um problema de coesão no Governo. Estamos mais coesos nesta coligação e no Governo do que na assombração que paira sobre o Partido Socialista", respondeu Pedro Passos Coelho.
O PCP e BE pediram que "em solidariedade" com Miguel Relvas, Passos Coelho se demita também.
"Se há lição que devia tirar era seguir-lhe o exemplo. Demita-se antes que alguém o demita", frisou o deputado e coordenador do BE João Semedo. O coordenador do BE foi ainda mais longe: "Não é só a história do abuso de Miguel Relvas. O senhor lidera um Governo que tem abusado do país e da Constituição".
Na resposta ao BE, o primeiro-ministro disse não conhecer "o teor dos relatórios" e que caberá ao ministro da Educação dar "todas as explicações que o Parlamento entenda", mas que sabe, do que lhe foi "transmitido", que os documentos visam a universidade e não qualquer "comportamento de Miguel Relvas".
Passos sublinhou que a Inspeção-Geral da Educação "atuou da mesma maneira que teria atuado se qualquer outra pessoa estivesse envolvida" e que "tendo havido absoluta independência e transparência não caberá ao Governo julgar mais este processo, mas ao Ministério Público percorrê-lo dentro dos seus trâmites".
No mesmo sentido, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, questionou: "[Miguel Relvas] Disse que foi o principal obreiro da sua chegada a líder do PSD e ao Governo. Trata-se assim do criador da criatura. Desertado o criador, o que resta à criatura? Não acha que devia seguir o mesmo caminho, levando o governo consigo?".
O primeiro-ministro, visivelmente incomodado, acabaria por dizer: "Não responderei a mais nenhuma questão relacionada com isto".
Mas Heloísa Apolónia, dos Verdes, insistiu no tema e perguntou se Miguel Relvas será substituído ou se o líder do Executivo está à espera da decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento de Estado.
Passos não respondeu sobre a substituição do ministro, mas repetiu uma frase que já tinha proferido há meses atrás: a licenciatura de Miguel Relvas é um não assunto sobre o ponto de vista político.

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