quarta-feira, 6 de março de 2013

Morreu Hugo Chávez, deixa metade da Venezuela orfã | iOnline

Morreu Hugo Chávez, deixa metade da Venezuela orfã | iOnline

Hugo Chávez morreu ontem às 16h25 em Caracas, 20h55 em Portugal. A morte foi anunciada ao início da noite na televisão venezuelana pelo vice-presidente do país, Nicolás Maduro, depois de o governo ter pedido orações pelo comandante agarrado a Cristo e à vida, mas consciente das dificuldades. Morre aos 58 anos deixando o governo socialista da Venezuela em suspenso e o país na incerteza sobre o que se passará a seguir.

Chávez morreu no hospital militar Carlos Arvelos, na capital venezuelana. Na noite de segunda-feira, o ministro da Informação, Ernesto Villegas, explicou que os problemas respiratórios de Chávez tinham piorado devido a uma nova infecção “grave” depois de em dois anos ter sido submetido a quatro operações para tentar controlar um tumor na região pélvica, entre sessões de quimioterapia e radioterapia. Estava internado no hospital militar de Caracas há duas semanas, depois de ter regressado de Cuba onde fez a última operação no início de Dezembro.
Há 14 anos no poder, o líder que habituara os venezuelanos à sua figura omnipresente não aparecia em público há três meses. Neste período, a tensão na esfera política venezuelana acentuou-se. Entre mensagens de consternação com o estado grave de Chávez, o ministro venezuelano da Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, tinha ontem dirigido críticas à oposição, prometendo que Chávez não se renderia ao cancro e pedindo aos apoiantes do presidente para que mantivessem a guarda perante o que chamou uma “guerra psicológica” promovida por “laboratórios estrangeiros, com porta-vozes da corrupta direita venezuelana, e que pretendem gerar cenários violentos oferecendo um pretexto para uma intervenção externa”. Conspirações à parte, a verdade é que a ausência prolongada de Chávez está realmente a tornar-se um problema de estabilidade interna. “[Os opositores] não mudam: este ódio que destilam e que tem sido disparado todos estes anos contra Chávez. Se irritam porque Chávez não se rende e o povo muito menos”, escreveu Villegas no Twitter. Ontem, à hora de fecho desta edição, a última mensagem de Villegas na rede social ainda era optimista. “O vice-presidente Maduro assegura que chegará o momento de dizer se o canco foi curado no presidente Chávez, como aconteceu com Arafat.” A notícia da morte, e a sua rápida difusão mundial, terá sido um choque mesmo nos círculos mais próximos.

Depois de reeleito em Outubro de 2012 para um novo mandato de seis anos, Chávez viu-se impedido de participar na cerimónia em que deveria ter sido empossado, em Janeiro. Uma vez que a lei venezuelana determina que sejam convocadas eleições num prazo de 30 dias caso o presidente se veja impossibilitado de assumir funções, o país viu-se mergulhado numa feroz disputa entre governo e oposição. As divergências foram resolvidas pelo Tribunal Supremo – que decidiu adiar indefinidamente a tomada de posse, concedendo a Chávez o tempo que fosse necessário para recuperar. Escoado o tempo, resta a incógnita: novas eleições ou governo por herança para Maduro, apontado como o sucessor.

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