sexta-feira, 22 de março de 2013

Investigador quer produzir electricidade a partir de vides do Douro | iOnline

Investigador quer produzir electricidade a partir de vides do Douro | iOnline

O projeto Da_Vide quer produzir eletricidade diretamente a partir das vides do Douro, tecnologia que poderá ser usada no desenvolvimento de pilhas ou baterias biodegradáveis, anunciou hoje o investigador Pedro Teixeira.
Pedro Teixeira, a residir no Peso da Régua, está a desenvolver o projeto Da_Vide, que visa utilizar as vides, os resíduos resultantes da limpeza das videiras, após as vindimas, e que, até agora, estavam a ser desperdiçados.
E, segundo defende, as aplicações para estes materiais vão desde o artesanato, à produção energética, indústria, componentes e acessórios, engenharia e tecnologia e ainda 'design', decoração e moda.
Agora, Pedro Teixeira quer produzir eletricidade diretamente a partir de vides.
A primeira demonstração pública deste projeto científico vai realizar-se sábado, no Peso da Régua, na mesma altura em que será inaugurada uma exposição de joalharia feita a partir deste material.
“A explicação para este trabalho é simples. As vides, tal como qualquer material lenhoso, são compostas por uma diversidade de fibras que têm características distintas entre si, nomeadamente o processo de composição ou a estabilidade iónica”, afirmou o responsável.
Portanto, segundo acrescentou, “é possível, através da criação de um substrato composto por diversas dessas fibras, obter uma determinada distribuição espacial de carga, ou seja, a produção de um campo elétrico interno que tem como resultado uma força eletromotriz nas extremidades desse substrato”.
“Basicamente temos uma coisa parecida com uma pilha a partir de vides”, frisou.
Para esta “demonstração do princípio”, Pedro Teixeira utiliza apenas vides e condutores.
“Nós conseguimos obter células elementares que produzem valores entre 0,5 e um volt, sendo que essas células podem ser associadas em série ou em paralelo para se obter diversas voltagens ou para se obter diversas capacidades de corrente”, explicou ainda.
Como se trata de uma corrente muito fraca, há a necessidade de se usar um condensador para aproveitar para acumular a energia que está a ser produzida pelas vides.
Pedro Teixeira salientou que uma das aplicações possíveis para esta tecnologia é o desenvolvimento de pilhas e baterias biodegradáveis.
“Esperamos, daqui a dois três meses, apresentar o primeiro telecomando a vides, o qual terá como fonte de energia, não uma pilha normal, como as que costumamos usar, mas sim uma feita em vide”, garantiu.
E, em plena época de crise, o projeto Da_Vide apresenta uma exposição de joalharia e acessórios de moda em vide.
No fundo é, segundo Pedro Teixeira, uma provocação. “Teremos anéis a um euro. É rirmo-nos um pouco desta lamentável situação que temos vivido em Portugal”, salientou.
Aos anéis juntam-se brincos, pulseiras, 'piercings', colares e acessórios de moda como pentes ou rimeis.
No âmbito do “Da_vide” já foi criado o “combustível sólido inteligente”,que queima à medida, com mais chama ou mais brasa, quer seja para um assador ou para uma lareira, e a ”super madeira”, um material cuja matéria base é igual às madeiras naturais, mas em que as fibras de vide são estruturadas de forma diferente, permitindo, por exemplo, obter uma resistência mecânica muito superior em todas as direções, ser mais leve e facilmente moldável (na fase de produção).

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