quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Coreia do Norte ameaça mais testes nucleares contra “hostilidade” dos EUA | iOnline

Coreia do Norte ameaça mais testes nucleares contra “hostilidade” dos EUA | iOnline

Obama considera teste “um acto altamente provocador” e apela a uma resposta internacional “rápida” e “credível”.

A Coreia do Norte confirmou ontem ter realizado “com sucesso” o seu terceiro teste nuclear. A notícia foi avançada pela Korean Central News, a agência noticiosa oficial do país, acrescentando que a iniciativa fazia parte das “medidas de protecção” da “segurança nacional e soberania contra a hostilidade imprudente dos Estados Unidos”. Num comunicado do Ministério da Defesa norte-coreano, o regime liderado por Kim Jong-un poderá ser obrigado a “uma segunda e uma terceira resposta de maior intensidade” sempre que Washington “complique a situação”.
De acordo com a monitorização de testes nucleares em Viena, a explosão subterrânea foi duas vezes mais poderosa que a verificada no teste anterior, em 2009, apesar de Pyongyang ter dito que desta vez tinha recorrido a um dispositivo mais pequeno. Caso isso seja de facto verdade, os especialistas afirmam que a Coreia do Norte pode estar cada vez perto de construir uma ogiva suficientemente pequena para armar um míssil.
O teste foi pouco tempo depois confirmado pela Coreia do Sul, que afirma que o terramoto sentido no país vizinho tinha sido provocado por uma detonação com uma potência entre seis e sete quilotoneladas (metade da potência da bomba de Hiroxima). “Damos como certo que a Coreia do Norte realizou um ensaio nuclear”, assegurou à agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul após analisar a natureza do abalo “aparentemente artificial” e cuja magnitude superou o grau 5 na escala de Richter.
A provocação de Pyongyang foi criticada pelas Nações Unidas e pela NATO, que a considerou um acto irresponsável e um desafio à comunidade internacional. “Condenamos fortemente o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte, uma flagrante violação da resolução do Conselho de Segurança da ONU”, informou a NATO, em comunicado. “Este acto irresponsável, o mesmo que o teste de um míssil em Dezembro, é uma grande ameaça à paz, à segurança e à estabilidade internacional”, acrescentou.
Numa altura em que os senadores norte-americanos se preparam para votar a nomeação de Chuck Hagel para secretário da Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, chefe cessante do Pentágono, afirmou ontem que Washington iria continuar nos próximos anos a ser testado por regimes imprevisíveis. “Vamos ter de lidar com a proliferação das armas de destruição em massa. Vamos ter de continuar a lidar com estados falhados como o Irão ou a Coreia do Norte. Eles representam uma séria ameaça aos Estados Unidos da América. Temos de estar preparados para lidar com isso”, afirmou. Já Barack Obama considerou o teste nuclear um “acto altamente provocador” e apelou a uma resposta internacional “rápida” e “credível”.
Também a China, principal aliado de Pyongyang, expressou o seu “forte descontentamento e firme oposição” ao comportamento do país. “Recomendamos fortemente que a Coreia do Norte honre o seu compromisso com a desnuclearização e não tome quaisquer iniciativas que possam agravar a situação”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado. Críticas semelhantes foram feitas pelo Irão e pela Rússia.
Por seu turno, também a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, condenou o teste, considerando-o um “desafio ainda mais flagrante” ao regime de não proliferação. A responsável avisou ainda que a União Europeia “vai continuar a ocupar-se do assunto” para mostrar “à Coreia do Norte que há consequências”.

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