domingo, 2 de setembro de 2012

UTAO. Défice só pode agravar 444 Milhões em dois meses para cumprir meta trimestral da troika | iOnline

UTAO. Défice só pode agravar 444 Milhões em dois meses para cumprir meta trimestral da troika | iOnline

O Governo terá pouca margem para cumprir a meta da ‘troika’ para o défice no terceiro trimestre, podendo este agravar-se apenas 444 milhões de euros em dois meses, quando a média mensal tem sido 780, alerta a UTAO.
Numa análise a que a Agência Lusa teve acesso da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), os técnicos independentes sublinham que o défice orçamental calculado para efeitos de Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) atingiu em julho os 5.457 milhões de euros.
Este valor quanto ao défice das Administrações Públicas está a apenas 444 milhões de euros do limite quantitativo estipulado pela ‘troika’ para o défice no final do terceiro trimestre do ano, que é de 5.900 milhões de euros, sublinham os técnicos independentes.
As metas quantitativas são das mais importantes no programa e têm sido sempre cumpridas por Portugal, com exceção da não acumulação de dívidas em atraso a mais de 90 dias a nível interno, à qual a ‘troika’ tem fechado os olhos, mas não cumprir estes objetivos pode levar no extremo a que Portugal não receba o dinheiro do empréstimo que corresponde à avaliação realizada após o não cumprimento destas metas.
Os técnicos dizem que “não será expectável uma deterioração muito significativa do défice naquele período [agosto e setembro]”, revisitando o perfil histórico do défice orçamental naquele período, mas o défice acumulado nestes primeiros sete meses do ano demonstram que este tem agravado em média cerca de 780 milhões de euros por mês.
Ainda assim, o pior é esperado no final do ano, no último trimestre.
“A execução orçamental do último trimestre do ano é que assume especial relevância, uma vez que nesse período o défice orçamental costuma registar um agravamento muito significativo (na ordem dos 5,5 mil milhões de euros, considerando a média dos últimos três anos, sem medidas one-off [extraordinárias, não repetíveis]”, escreve a unidade, reconhecendo que se espera ainda o efeito da suspensão dos subsídios de Natal dos funcionários públicos e dos pensionistas no final do ano.
Os cálculos realizados pela UTAO apontam para que o défice em contabilidade nacional (a que conta para Bruxelas, na ótica dos compromissos, e cujo resultado será divulgado no final do mês pelo INE) nos primeiros seis meses do ano tenha ficado entre os 6,7 e os 7,1 por cento do PIB, e que se os números forem assim tão negativos a meta do défice de 4,5 por cento para o final do ano não será alcançada.

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