segunda-feira, 24 de setembro de 2012

China vai usar drones para vigiar ilhas disputadas com o Japão - Mundo - PUBLICO.PT

China vai usar drones para vigiar ilhas disputadas com o Japão - Mundo - PUBLICO.PT

A China anunciou que vai recorrer a drones (veículos de guerra não tripulados) para vigiar a costa Este e as ilhas dessa zona a partir de 2015. O anúncio é feito ao mesmo tempo que as diplomacia chinesa e japonesa iniciam diálogo, embora sem cedências, acerca da disputa pelas ilhas japonesas Senkaku.

Apesar de ser uma promessa com mais de dois anos de distância até à concretização, poucas dúvidas restam de que a decisão por parte de Pequim de usar drones para vigiar a costa este foi motivada pela disputa entre o Japão e a China das ilhas Senkaku (designação japonesa) ou Diaoyu (designação chinesa).

Segundo o porta-voz da Administração Oceânica Estatal da China, Li Mousheng, a decisão foi tomada pelas autoridades chinesas após terem sido realizados testes "bem sucedidos". Mousheng não aprofundou qual foi o tipo de testes realizados, e nem especificou se os drones serão marítimos, aéreos ou de ambos os tipos.

Entretanto, o Japão avança com uma estratégia diplomática de diálogo com a China mas sem cedências. O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, vai discursar na assembleia geral das Nações Unidas esta segunda-feira. A disputa chinesa e nipónica estará no centro do discurso de Noda, que tem defendido uma postura cautelosa e pacífica por parte do Japão.

O Japão solicitou ainda uma reunião entre os ministérios dos negócios estrangeiros de ambos os países – o MNE do Japão, Chikao Kawai, será recebido durante uma visita de dois dias, de segunda a terça-feira, pelo seu homólogo chinês, Yang Jiechi. Ambos os lados partem para a reunião com promessas de não abrirem mão das ilhas disputadas.

Celebração de paz “adiada”

Pela primeira vez nos últimos 40 anos não vai ser realizada uma cerimónia de celebração da paz entre a China e o Japão, que assinala o restabelecimento das relações diplomática entre os dois países. O anúncio foi feito no domingo a partir de Pequim, onde a cerimónia teria acontecido. A Associação do Povo para a Amizade com os Países Estrangeiros, a organização chinesa apoiada pelo Governo de Pequim que promove a festa, emitiu um comunicado em que dizia que “a insistência do Governo japonês na compra das ilhas Diaoyu, que é ilegal, causou danos graves as relações entre a China e o Japão e estragou a atmosfera do 40.º aniversário”. Como tal, a cerimónia foi “adiada para data a definir”.

A disputa entre as ilhas Senkaku ou Diaoyu extremou-se quando as ilhas, até então propriedade privada da família Kurihara, foram vendidas no início de Setembro ao Estado japonês por 20 milhões de euros. A China reivindica a posse das ilhas recorrendo a documentos que remetem aos tempos da dinastia Ming (1368 a 1644).

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