domingo, 30 de setembro de 2012

CIP. "A maioria dos empresários portugueses também não contrataria” António Borges | iOnline

CIP. "A maioria dos empresários portugueses também não contrataria” António Borges | iOnline

O presidente da CIP, António Saraiva, considerou hoje “infelizes” as afirmações de António Borges, que acusou os empresários que criticaram a redução da TSU, de serem “ignorantes”, realçando que a maioria das empresas não contrataria o consultor do Governo.
“Se tivéssemos que reagir emotivamente a estas declarações do António Borges, se calhar a maioria dos empresários portugueses também não o contrataria, não passaria na seleção dos recursos humanos das empresas, porque só tem um determinado conhecimento e não tem uma visão alargada”, afirmou hoje à Lusa o dirigente patronal.
O consultor do Governo para as privatizações, António Borges, defendeu hoje que a Taxa Social Única (TSU) é uma medida “inteligente” e acusou os empresários que a criticaram de serem “ignorantes”.
Em declarações à Lusa, António Saraiva considerou as declarações “excessivas e infelizes”, acusando o consultor do Governo de lançar “um anátema sobre os empresários deste país”, esquecendo-se que “os empresários portugueses, alguns analfabetos e outros com pouco formação, que nunca chegariam ao primeiro ano do curso ministrado por ele, é gente abnegada que cria emprego, cria riqueza e exporta cada vez mais”.
“Se chama ignorante a esta camada de gente que arrisca, cria emprego e riqueza, então o António Borges não teria competências para entrar nas nossas empresas”, declarou.
Mais, o presidente da CIP questiona se “a medida é assim tão virtuosa como António Borges a defende, porque é que o Governo recuou”, realçando que, “se o Governo recuou, foi porque provavelmente percecionou que houve uma incorreta avaliação dos efeitos da medida”.
António Saraiva deixou mesmo um conselho ao conselheiro do Governo: “Proponho ao doutor António Borges que, antes de produzir afirmações, tenha o bom senso de refletir, porque um ser humano adulto com as responsabilidades que ele tem, convém ter bom senso e moderação”.
“Já nos bastam os pirómanos que andam a incendiar a situação portuguesa, para ainda termos outros que esperávamos que fossemos bombeiros que, afinal, também são incendiários”, criticou.
António Borges interveio hoje no I Fórum Empresarial do Algarve, que decorre este fim de semana em Vilamoura e reúne mais de 300 empresários, economistas e políticos de Portugal, Brasil, Angola, Índia, Emirados Árabes Unidos e Moçambique.
“Que a medida é extremamente inteligente, acho que é. Que os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”, afirmou.
Admitindo que a medida implica perda de poder de compra "para muita gente", António Borges considerou, no entanto, que quem acha que "o programa de ajustamento português se faz sem apertar o cinto, está com certeza um bocadinho a dormir".
Aquele responsável discordou ainda que, com a TSU, se proceda a uma transferência dos rendimentos do trabalho para o capital, já que o problema do país é estar “completamente descapitalizado”.
“Parece que voltámos todos ao Marxismo: o capital é uma coisa má, temos que o destruir”, referiu, criticando o facto de as pessoas dizerem que “não podem ajudar o capital”.
"Não estamos a transferir rendimentos de ninguém para ninguém, estamos a tentar manter postos de trabalho. Isto é do interesse de todos, não é só de alguns”, sublinhou.

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