domingo, 30 de setembro de 2012

Insolvências: Fecharam 4800 empresas desde o início do ano - Dinheiro Vivo

Insolvências: Fecharam 4800 empresas desde o início do ano - Dinheiro Vivo

Mais de 25 empresas desaparecem por dia em Portugal. Em nove meses, os processos de insolvência envolvem já 4800 entidades, um aumento de praticamente 50% face a igual período de 2011. Mais importante, já ultrapassaram o número total de falências no ano passado, que foi de 4532. O comércio, por grosso e a retalho, permanece como o setor mais afetado, seguido de perto pela fileira da construção e do imobiliário.Se João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), não poupa críticas à 'cartilha' da troika (ver entrevista), já Ricardo Pedrosa Gomes, líder da Federação Portuguesa da Construção e do Imobiliário de Portugal (Fepicop), considera que os números das insolvências, da responsabilidade do  Instituto Informador Comercial, são o resultado da "omissão completa" e da "ausência de vontade" [do poder político] de olhar um setor "em colapso". São apenas, assegura, "o último mau número conhecido" porque, até ao final do ano, "uma sucessão de números ainda piores se repetirão".
E porque o agravamento das falências é praticamente transversal a todos os sectores, Ricardo Pedrosa Gomes assume que a construção não é diferente dos outros: "O ajustamento é para todos. Nós temos é uma particularidade, que é só nossa. É que há a intenção de fazer deste setor um exemplo do ajustamento que é necessário fazer na economia nacional."
E o problema é que os números que surgem são os das empresas que recorrem aos tribunais para eventuais processos de recuperação. "Temos indicação que o setor que está a recorrer mais ao Programa Especial de Revitalização é o da construção. Mas o PER tem, apenas, o mérito de proteger as empresas e permitir que tenham um fim de vida mais assistido, menos abrupto", diz.
E porquê? Porque, para acordar com os credores um plano de viabilidade, "é preciso comprovar que há futuro, que há mercado, e nenhuma empresa de construção o consegue fazer porque se desconhecem quaisquer opções do próximo quadro comunitário de apoio de 2015 a 2020 que incluam o setor", afirma o presidente da Fepicop, classificando a situação de "absurda". "Não existe nenhum país onde não haja construção."
Os números mostram ainda que, em termos absolutos, o Porto se mantém como o campeão das falências, seguido de Lisboa, com 1116 e 1010 casos, respetivamente.  Mas, se ao Porto somarmos Viana, Braga, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu e Guarda, concluímos que, na região Norte, desapareceram este ano 2428 empresas, mais de metade do total nacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário