segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Seguros para crianças. Conheça aqueles que ainda compensam | iOnline

Seguros para crianças. Conheça aqueles que ainda compensam | iOnline

Contratar seguros para fazer face aos gastos inesperados dos mais pequenos é uma das formas encontradas pelos pais. Mas esta solução que à partida parecer ser a mais simples nem sempre é a mais vantajosa. Muitas vezes são contratados seguros cujas coberturas já estão previstas noutros produtos subscritos. Por isso, para evitar duplas ou triplas coberturas e despesas supérfluas, analise primeiro muito bem as condições dos mais variados produtos.

Por vezes os mais pequenos são uma fonte de preocupação e de despesa. Subscrever alguns seguros podem funcionar como uma espécie de “tábua de salvação” para enfrentar gastos inesperados.
Para ajudar os pais a enfrentar estes imprevistos, as seguradoras oferecem vários produtos destinados exclusivamente à protecção dos filhos.
Mas nem tudo são vantagens. Muitas vezes os pais são levados ao engano e acabam por contratar produtos cujas coberturas já estão presentes em outras ofertas contratadas. Por isso mesmo, antes de subscrever um seguro deve analisar ao “raio-X” as coberturas que oferece para evitar duplicações e desta forma evitar gastos supérfluos. Não se esqueça de analisar também as coberturas incluídas no cartão de crédito.
Se esse for o caso, tenha em atenção que, na maioria dos casos, só tem direito a uma indemnização de um dos seguros, pois nalguns casos, não são cumulativas.
Por exemplo, o seguro multi-riscos habitação pode incluir a cobertura de responsabilidade civil familiar e algumas empresas contratam seguros de vida para os funcionários.
Por outro lado, os acidentes que ocorrem na escola ou no trajecto entre esta e a casa dos alunos estão cobertos pelo seguro escolar, que paga as despesas hospitalares. Este seguro também é obrigatório para os centros de ocupação de tempos livres e eventos desportivos ou de convívio, organizados ou autorizados pela escola. Ainda estão cobertos os acidentes ocorridos em excursões, aulas práticas, estágios e visitas de estudo, desde que sejam promovidas pela escola.
Além disso, de acordo com a ronda realizada pela Associação de Defesa do Consumidor (Deco), só nos seguros de acidentes pessoais e nos produtos de poupança – como os seguros de capitalização (ver ao lado) – existem soluções concebidas a pensar nos mais novos. “Os restantes produtos podem ser contratados por qualquer pessoa. Embora a escolha do seguro caiba, em última análise, aos pais”, conclui a mesma associação.
Saúde
A maioria dos produtos permite aceder a uma rede integrada de saúde – inclui clínicas, hospitais, etc. – e se o segurado for atendido dentro da rede, paga apenas uma parte do valor do acto médico, pois o restante é suportado pela seguradora. No entanto, quem recorrer a médicos fora da rede, paga a totalidade da despesas, mas depois será reembolsado (em alguns casos poderá chegar aos 80%) mediante a apresentação da factura. Mas justifica este seguro? Na protecção das crianças, é útil para quem pretende aceder a médicos e hospitais privados, em casos de acidente ou doença. No entanto, se está interessado sobretudo num produto que garanta o pagamento de consultas de especialidade, porque prefere usar os hospitais públicos numa cirurgia, então o melhor é ponderar a contratação de um cartão de saúde. A explicação é simples: este permite aceder a uma rede convencionada de clínicas e profissionais e tem acesso a descontos que variam entre os 10 e os 40%. Se preferir uma boa cobertura de estomatologia para as crianças então o melhor é subscrever apenas um seguro dentário. Dá acesso a uma rede de saúde oral com preços tabelados e inferiores aos praticados no mercado.
Vida
Este seguro permite garantir o futuro  das crianças em caso de invalidez ou morte prematura de algum dos pais. Numa situação destas, a seguradora entrega o montante contratado. Esta solução destina-se  essencialmente aos pais com filhos em idade escolar, pois garante um suporte financeiro. Já o capital a segurar e a duração do contrato irão depender das necessidades de cada família. Não se esqueça que, quem comprou casa com recurso ao crédito, já é titular de um seguro de vida com capital equivalente ao montante em dívida. Em caso de falecimento, a seguradora entrega a indemnização ao banco e a casa fica paga, retirando uma despesa ao agregado. Além disso, algumas empresas também contratam seguros de vida para os seus funcionários. Por isso, antes de subscrever este produto, verifique o que já tem e os capitais seguros. Contudo, se não achar os valores suficientes, pode optar por contratar um seguro apenas pelo valor da diferença. Da ronda feita pela Deco, só a Axa apresentou um produto específico para proteger as crianças. Em caso de morte, os filhos recebem uma renda mensal que pode variar entre os 250 e os mil euros até terem 23 anos.
Acidentes Pessoais
Este seguro garante as despesas de tratamento e uma indemnização em caso de acidente de que resulte invalidez ou morte da criança (se esta tiver mais de 14 anos). Caso tenha contratado um seguro mais completo também pode ser reembolsado das despesas de tratamento e de funeral ou receber um subsídio por internamento hospitalar. O seguro é válido em todo o mundo e 24 horas por dia. Não se esqueça, no entanto, que com excepção das indemnizações por invalidez ou morte, as coberturas não são cumulativas com as de outros seguros. Ou seja, se, após uma queda, recorrer ao seguro de saúde, já não poderá pedir o reembolso das despesas de tratamento. O mesmo acontece se o acidente ocorrer na escola, pois o seguro escolar é activado. O que é certo é que neste tipo de seguro de acidentes pessoais para crianças, as coberturas mais importantes são invalidez  permanente e despesas de tratamento. O seguro pode ainda interessar a quem não tem uma boa cobertura de saúde e para os acidentes ocorridos fora da escola e nas férias. De acordo com a Deco, várias seguradoras têm este produto concebido para crianças.
Capitalização e Mistos
Estes produtos permitem amealhar um pé-de-meia para as crianças, pois representam um produto financeiro de poupança com um prazo mínimo de 5 ou 8 anos e um dia. O subscritor pode optar por entregar quantias periódicas ou ocasionais, que serão aplicadas pela seguradora. No final do contrato, recebe o dinheiro investido acrescido do rendimento obtido ao longo dos anos. Contudo, o rendimento não é conhecido à partida porque depende dos resultados obtidos com a gestão do dinheiro. Mas é garantida uma taxa mínima. Já os seguros mistos juntam um plano de poupança com um seguro de vida para os pais. Isso significa que, em caso de morte dos mesmos, os filhos recebem uma indemnização ou renda que lhes permite continuar a estudar. Se nada acontecer aos pais, no final do contrato, recebem o capital acumulado na poupança. De acordo com a Deco, várias seguradoras propõem produtos específicos para crianças mas, segundo a mesma, “as elevadas comissões cobradas pela gestão destes produtos, aliadas a uma rentabilidade pouco interessante, leva-nos a desaconselhar os seguros de capitalização e os mistos”. Por isso mesmo, a Associação de Defesa do Consumidor considera que “é preferível contratar um seguro de vida e aplicar em produtos de poupança ou numa carteira de fundos, consoante o risco que se está disposto a correr”.
Responsabilidade Civil e Familiar
Este produto assegura o pagamento dos estragos causados pelos filhos a outras pessoas. Ou seja, ideal caso as brincadeiras das crianças terminem num vidro partido ou riscos na pintura do carro do vizinho, por exemplo. Nestes casos,  a seguradora fica encarregue de indemnizar os lesados. De acordo com a ronda feita pela Deco, o prémio anual é relativamente baixo e os danos causados por qualquer elemento do agregado familiar ficam cobertos, bem como os provocados por empregados domésticos ou animais de estimação. Também cobre acidentes relacionados com desporto (exclui a prática de tiro, desportos federados, motorizados ou perigosos, como asa-delta, parapente, boxe e artes marciais). Segundo a associação, estes produtos destinam-se a todas as pessoas, “embora seja uma boa opção, sobretudo, para precaver acidentes provocados pelos filhos e que possam originar danos avultados”. A associação lembra, no entanto, que as seguradoras propõem um leque abrangente de coberturas, de modo a incluir vários tipos de danos. Por isso mesmo, aconselha os potenciais clientes antes contratarem este género de seguro a verificarem se têm esta cobertura em algum dos produtos que possuem. É frequente o multi-riscos habitação incluir a responsabilidade civil familiar. Também os cartões de crédito têm associados seguros que podem incluir esta cobertura. “Se já a tiver, verifique a sua abrangência e decida se lhe compensa contratar o produto”, conclui.

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