sábado, 29 de setembro de 2012

Empresa que ganhou 216 milhões em apoios fiscais abandona Portugal - Dinheiro Vivo

Empresa que ganhou 216 milhões em apoios fiscais abandona Portugal - Dinheiro Vivo

A empresa que mais benefícios fiscais teve em 2010 abandonou Portugal.Segundo dados divulgados no portal das Finanças, a "consultora" Livermore, ligada à gigante petrolífera norte-americana Chevron Texaco, esteve parqueada na zona franca da Madeira até 2010.
Depois de captar 217 milhões de euros em apoios nesse ano, pagos com os impostos dos portugueses, a empresa "unipessoal", que presta serviços de "contabilidade, auditoria e consultoria fiscal" abandonou o país, indo para Malta, noticiou a Lusa, citando fonte oficial da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira. Esta SDM é a entidade que gere a zona franca, um território em que a carga fiscal sobre os lucros das empresas (IRC) é mínima.
A Livermore não estará sozinha na fuga. Outras ter-se-ão deslocalizado para territórios fiscalmente mais favoráveis (como Malta, Suíça, Holanda Luxemburgo), numa altura em que a zona franca se revela cada vez menos amiga deste tipo de planeamentos fiscais.
Segundo as Finanças, nenhuma das seis maiores beneficiárias de 2010 (que ao todo ficaram com mais de 620 milhões de euros, 45% dos benefícios) surge na lista de 2011.
A imposição de regras europeias mais apertadas sobre os capitais e o facto de Portugal ter aderido a um programa de ajustamento podem justificar o desinteresse deste tipo de empresas, muitas delas pequenos escritórios em salas alugadas no Funchal. Era o caso da Livermore.
Apesar disso, o valor em benefícios concedidos em 2011 continua a ser elevado. Segundo as Finanças, Portugal gastou no ano passado 1,3 mil milhões de euros em apoios fiscais, apenas menos 100 milhões que em 2010. A zona franca da Madeira continua a absorver a fatia de leão: as empresas lá sedeadas ficaram com 731 milhões de euros, 60% dos apoios.
A maior beneficiária é a CSN Europe (186,6 milhões), pertencente ao conglomerado siderúrgico brasileiro CSN; em segundo surge a Namisa Europe (com 119,5 milhões de euros em apoios), que tal como a anterior opera na área do comércio por grosso de minérios e de metais; em terceiro, aparece o BCP Participações, com 98,3 milhões de euros. Todas estas empresas estão na Madeira.

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