Swap. Ministra pediu auditoria ao Tesouro antes da demissão da directora-geral | iOnline

Swap. Ministra pediu auditoria ao Tesouro antes da demissão da directora-geral | iOnline

A directora-Geral do Tesouro, Elsa Roncon Santos, e os subdirectores gerais, pediram a demissão há duas semanas, na sequência da saída do ministro Vítor Gaspar e da nomeação de Maria Luis Albuquerque para ministra das Finanças, de acordo com informação recolhida pelo i. A concretização da demissão acaba por coincidir com a ida da ainda directora-geral à comissão parlamentar de inquérito aos contratos de gestão do risco de crédito (swaps) das empresas públicas. Elsa Roncon, que se vai manter no cargo até ser substituída, será ouvida pela primeira vez sobre o tema, semanas depois de Maria Luís Albuquerque, então secretária de Estado do Tesouro, ter anunciado a decisão de realizar auditorias internas à Direcção-Geral do Tesouro e à Inspecção-Geral de Finanças, organismos do Estado que tinham como missão o controlo das empresas públicas, sobre o caso dos swaps que provocaram prejuízos potenciais avultados nas empresas do Estado.  

Na primeira audição da comissão parlamentar de inquérito, a 25 de Junho, a então secretária de Estado do Tesouro revelou que as auditorias, pedidas em Maio, tinham como objectivo apurar porque não foram identificados mais cedo os problemas associados aos swap. Na altura, Maria Luís Albuquerque salientou que a finalidade não era “identificar culpados, mas sim perceber o que correu mal no acompanhamento das empresas para corrigir procedimentos futuros.

No entanto, esta iniciativa não terá caído bem junto dos responsáveis da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), organismo que foi o primeiro a identificar as perdas potenciais associadas aos swaps que no final do ano passado chegaram a atingir os três mil milhões de euros. Apesar de ter sido o relatório da DGTF a assinalar as perdas, em Julho de 2011, e a propor linhas de actuação à tutela ainda nesse ano, a gestão dos contratos swap foi confiada ao Instituto de Gestão do Crédito da Dívida Pública (IGCP) pela então secretária de Estado do Tesouro. O governo só começou a renegociar os contratos com os bancos a partir do segundo semestre de 2012.

Segundo o jornal Correio da Manhã, a demissão de Elsa Roncon e da sua equipa resulta de divergências com a actual ministra das Finanças.