quinta-feira, 18 de julho de 2013

Crise política fez duplicar diferença dos juros da dívida entre Irlanda e Portugal - Taxas de juro & Crédito - Jornal de Negócios

Crise política fez duplicar diferença dos juros da dívida entre Irlanda e Portugal - Taxas de juro & Crédito - Jornal de Negócios

A Irlanda também se tem ressentido dos receios em torno da retirada dos estímulos nos EUA, mas a crise política fez disparar para o dobro o “spread” entre os juros exigidos à Irlanda e Portugal, isolando o antigo “Tigre Celta” como país mais bem posicionado para uma saída tranquila do programa de assistência.
Os investidores exigem mais 300 pontos base para emprestar a Portugal em vez de à Irlanda, num prazo a 10 anos. Uma diferença que no final de Maio era de cerca de 170 pontos mas que subiu aos 330 pontos-base na semana passada, em plena crise política em Portugal.

Segundo a Bloomberg, os investidores estão a transaccionar entre si, no chamado mercado secundário, títulos de dívida irlandesa a cinco anos a troco de uma rendibilidade implícita de 2,92%, que contrasta com os 6,73% “pedidos” a Portugal.

No prazo a 10 anos, a diferença é também expressiva. Os títulos de dívida a 10 anos de Irlanda estão a ser negociados com uma “yield” de 3,865%, face aos 7,087% de Portugal.

As taxas de juro associadas à dívida pública têm esta semana aliviado do agravamento recente – hoje estão a cair 12 pontos base no prazo a 10 anos – mas a evolução do “spread” entre os dois países ilustra a diferenciação que é feita pelos investidores, sobretudo desde que estalou a crise política, há mais de duas semanas.

“De uma perspectiva fundamental, a Irlanda está a dar-se bem”, diz à Bloomberg Werner Fey, um gestor de fundos da Frankfurt Trust Investment que tem exposição à dívida irlandesa. “O desempenho superior da Irlanda justifica-se e vai provavelmente manter-se no futuro”, acrescenta.

Colin Birmingham, economista do BNP Paribas, diz que “está em curso um processo de descolagem, em que a Irlanda é vista mais positivamente do que os outros países da periferia”.

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