quinta-feira, 18 de julho de 2013

Passos anuncia remodelação do Governo após fim das negociações - Dinheiro Vivo

Passos anuncia remodelação do Governo após fim das negociações - Dinheiro Vivo

O Partido Ecologista Os Verdes apresentou hoje a sua moção de censura ao Governo na Assembleia da República. Esta é a quarta moção ao Governo nesta sessão legislativa, depois do PS,  PCP e Bloco de Esquerda terem-na apresentado.
O primeiro-ministro anunciou que vai proceder à remodelação governamental após a conclusão das negociações entre o PS, PSD e CDS-PP: "Concretizarei [a remodelação] assim que o Presidente entender que o esforço a que convidou os três partidos a fazer possa ter encontrado uma solução positiva",
O debate vai ser encerrado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que também encerrou o debate sobre o Estado da Nação na passada 6ª feira.
"Se esta moção de censura fosse votada lá fora seria aprovada pela maioria dos portugueses", afirmou Heloísa Apolónia, deputada do partido, sublinhado que o país precisa de ir a eleições antecipadas. "Esta moção de censura visa a verdadeira condenação deste Governo e destas políticas", defendeu. "Estamos num caminho de afundamento que não tem fim à vista", disse Heloísa Apolónia.
Passos: "Níveis de confiança estão a aumentar"
Em resposta, o primeiro-ministro considera que a confiança está a regressar ao país e que o ciclo económico negativo está a ser invertido. "Os níveis de confiança dos portugueses e dos empresários estão a aumentar", afirmou.
Passos Coelho criticou também o facto do Partido os Verdes poder apresentar uma moção de censura quando não foi submetido diretamente a eleições por concorrer coligado com o PCP: "É uma ironia que o único partido que não foi a votos diretamente nesta casa esteja a questionar a legitimidade democrática desta maioria".
O agravamento da situação económica do país foi acentuada por diversos deputados da oposição, mas o primeiro-ministro rebateu esta ideia: "A situação não se agrava dia-a-dia, como dizem os senhores deputados, isso não é verdade". "Hoje podemos saber que estamos finalmente a ver alguns resultados desses tais sacrifícios", disse Passos Coelho.
O primeiro-ministro destacou que o memorando de entendimento foi a votos nas últimas eleições e que tanto o PS, como o PSD e o CDS-PP disseram durante a campanha eleitoral que pretendiam cumprir o acordo: "Não há ninguém de boa fé no país que ignore que o memorando de entendimento foi sufragado nas últimas eleições".
"Ética social é suportar toda a demagogia para impedir que o país morra na praia, quando está à beira de cumprir o memorando", disse Passos Coelho, em resposta às acusações de "falta de ética social" por Os Verdes.
PS rejeita críticas do PCP
O PS respondeu às críticas que lhe tem sido apontadas pelo PCP, particularmente, devido ao facto de anunciar que pretende votar a favor da moção de censura contra ao Governo enquanto negoceia com os partidos da maioria PSD/CDS-PP para um "compromisso de salvação nacional", segundo o repto lançado por Cavaco Silva.
"Sempre que o PCP e os Verdes fazem do PS o seu adversário é a direita que ganha. A hipocrisia política não parece ter limites para os senhores", acusou o líder da bancada socialista Carlos Zorrinho.
Recorde-se que o PS anunciou que pretende votar a favor da moção de censura, que irá contar com os votos favoráveis de toda a esquerda.
"O PSD realizou o seu sonho de sempre: Um Presidente, um Governo, um pântano", disparou a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.
O PCP questionou a legitimidade do Governo continuar em funções devido à ferida causada pela demissão de Paulo Portas ainda não estar sarada. "Não vou falar-lhe da implosão do seu Governo. Não está aqui por ter uma maioria sólida mas apenas porque o Presidente da República não aceitou o Governo que lhe propôs. Se o Governo estivesse forte porquê esta iniciativa do Presidente da República?", questionou o deputado Bernardino Soares do PCP.
Ministra das Finanças: "Muito já foi feito, há muito ainda por fazer"
"As forças políticas devem ter presentes que do sucesso deste Governo depende a permanência de Portugal no euro e na União Europeia", afirmou Maria Luís Albuquerque.
A ministra sublinhou que o "desemprego é um custo social pesado" e que a "transformação estrutural está a criar as bases necessárias".
"Portugal alcançou um excedente face ao exterior, Portugal começa agora a reduzir a dívida externa", apontou Maria Luís Albuquerque.

A ministra foi questionada pelo Partido Os Verdes sobre o dinheiro que o Governo injetou recentemente no Banif: "Os processos nos bancos intervencionados estão a decorrer dentro da normalidade", respondeu a responsável das Finanças.

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