quinta-feira, 25 de julho de 2013

A reforma mais escandalosa do mundo - Dinheiro Vivo

A reforma mais escandalosa do mundo - Dinheiro Vivo

Os fundos de pensões foram criados no século XVII para apoiar as viúvas de membros do clérigo e de professores. Com a sua evolução, estes passaram, a partir do século XIV, a assegurar um rendimento aos reformados.
Mas o que é suposto ser um meio de rendimento para assegurar uma reforma tranquila, em linha com o ordenado auferido durante a vida, assume proporções gigantescas olhando para os CEOs de várias multinacionais.
Recentemente veio a público que o CEO da maior distribuidora de medicamentos nos Estados Unidos, a McKesson, tem direito a uma compensação na ordem dos 120 milhões de euros após a sua saída da empresa, segundo a revista Forbes.
Mas se o valor da indemnização causa muita surpresa, ainda existem várias cláusulas que a podem fazer crescer exponencialmente. Se a companhia da área da saúde subitamente mudasse de acionistas maioritários e John Hammergren fosse despedido, o CEO teria direito a receber uns invejáveis 354 milhões de euros.
Em caso de morte súbita ou se algum acidente lhe causasse alguma deficiência, o CEO ou os seus herdeiros teriam direito a uns impressionantes 196 milhões.
Reformas avultadas
Depois de Hammergren, só mesmo a indemnização do antigo presidente da bolsa de valores de Nova Iorque é que se aproxima minimamente. No entanto, a indemnização de 95 milhões de euros tem sido polémica e o seu pagamento tem-se arrastado num longo processo judicial.
Segundo dados de Robert Jackson, professor na Columbia LawSchool, a maior compensação a ser paga desde 2006 foi de 76 milhões de euros ao antigo CEO da  farmacêutica Omnicare em 2010, Joel Germunder.
Depois de John Hammergren, o segundo CEO a ter a pensão mais avultada é a de Rupert Murdoch da News Corporation no valor de 55,8 milhões de euros, segundo estimativas de Fabrizio Ferri, professor da Columbia Business School.
A fechar o pódio, segue-se o suíço Bernard Duroc-Danner da empresa Weatherford International sedeada na Suíça, uma empresa de serviços especializada em produtos para campos petrolíferos. A sua reforma está avaliada em 53 milhões de euros.
Entre os CEOs mais bem pagos
O executivo é uma presença regular na lista dos CEO mais bem pagos dos Estados Unidos compilada pela revista Forbes. Em Abril de 2012, John Hammergren liderava a lista com 99 milhões de euros de rendimentos no total, incluindo 4,7 milhões em salários e bónus e 84 milhões em acções da empresa.
O segundo lugar da lista, a uma grande distância, é ocupado por Ralph Lauren da marca de roupa homónima com 50 milhões de euros.
O valor tão elevado dos rendimentos do responsável da McKesson prende-se com o triplo aumento do preço das ações desde que o executivo assumiu as rédeas da empresa há mais de 14 anos. No último ano fiscal, terminado a 31 de março, a empresa teve receitas astronómicas no valor de 123 mil milhões de dólares, o que justifica um pacote de recompensa tão generoso.
Hammergren entrou para a empresa em 1996, ocupando um cargo de relevo na empresa. Em 1999, rebentou um escândalo na empresa envolvendo a companhia de contabilidade que supervisionava as contas da McKesson. A saída do anterior CEO levou a que Hammergren fosse recrutado internamente para o substituir.

Segundo a Forbes, a exorbitante pensão do antigo CEO da McKesson é um vestígio pré 2007, quando o regulador de mercados norte-americano a Securities Exchanges Comission (SEC) começou a exigir mais transparência sobre as pensões dos executivos. Anteriormente, a maior parte dos acionistas e administradores não faziam ideia de qual o valor do plano de compensações dos executivos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário