sexta-feira, 11 de outubro de 2013

"Pobreza severa" duplicou e afeta três milhões em Espanha - Globo - DN

"Pobreza severa" duplicou e afeta três milhões em Espanha - Globo - DN

A pobreza severa, considerada para quem vive com menos de 307 euros por mês, já afeta três milhões de pessoas em Espanha, mais do dobro dos que viviam nessa situação antes do começo da crise em 2008.

Este é o dado mais destacado da Memória da Cáritas espanhola referente a 2012, ano em que a organização católica afirma ter dado assistência a mais de 1,3 milhões de pessoas em Espanha e a quase quatro milhões mais fora do país.
O documento destaca o aumento da natureza "crónica" da pobreza, com uma de cada três pessoas que recebeu assistência a estar já há mais de três anos a pedir ajuda.
No VIII Relatório do Observatório da Realidade Social, a Cáritas constata um forte aumento da desigualdade no país e do risco de fratura social.
Sebastián Mola, secretário-geral da organização, disse aos jornalistas que o país vê crescentes situações "de abandono, injustiça e despojo dos direitos mais básicos das pessoas".
"A pobreza é generalizada em Espanha mas tem focos e nutre-se dos mais vulneráveis", disse, apelando a maior solidariedade de todos.
Ao longo dos últimos anos, disse, tem-se vindo a evidenciar "um crescente enfraquecimento dos laços familiares" com "as redes de proteção, entre as que se encontra a família e a Administração Pública, a debilitarem-se ".
A Caritas registou no ano passado um aumento de 10% no número de voluntários (mais 70 mil) e um crescimento das doações privadas.
Os recursos investidos pela organização ultrapassaram os 276 milhões de euros, o que representa mais 25,5 milhões de euros (10,2%) face a 2011.
Já esta semana o Conselho da Europa considerou que a austeridade em Espanha e os cortes na segurança social, educação e políticas sociais estavam a levar a um "aumento preocupante" da pobreza e a afetar especialmente crianças, jovens e deficientes.
Estas conclusões constam do relatório do comissário de Direitos Humanos desta organização internacional, Nils Muiznieks, que esteve em Espanha durante o passado mês de junho para analisar o impacto das medidas de austeridade no país.
Muiznieks considera que os cortes "têm conduzido ao aumento preocupante da pobreza das famílias em Espanha" com "repercussões desfavoráveis nos direitos humanos", com os mais prejudicados por esta situação a serem as crianças, os jovens e os incapacitados para os quais pede uma "proteção especial".

Nenhum comentário:

Postar um comentário