segunda-feira, 28 de outubro de 2013

60 milhões de chamadas espiadas num mês em Espanha - Globo - DN

60 milhões de chamadas espiadas num mês em Espanha - Globo - DN

60 milhões de chamadas espiadas num mês em Espanha
Os Estados Unidos espiaram mais de 60 milhões de chamadas telefónicas em Espanha em apenas um mês, entre o final do ano passado e o inicio de 2013, segundo documentos citados hoje pelo jornal 'El Mundo'.
O jornal explica que a confirmação da espionagem realizada pela National Security Agency (NSA) está expressa num documento da agência intitulado "Spain last 30 days" (Espanha últimos 30 dias) que detalha o fluxo de comunicações intercetadas entre 10 de dezembro de 2012 e 08 de janeiro de 2013. Segundo o jornal, ficaram registados os telefones conetados e a duração das chamadas, o que corresponde a um delito do Código Penal.
O El Mundo explica que se trata de documentos obtidos pelo jornal mediante um acordo exclusivo com o jornalista Glenn Greenwald, que tem vindo a divulgar o que identifica como "documentos Snowden". Edward Snowden é um ex-analista da inteligência norte-americana que tornou públicos detalhes de vários programas confidenciais usados pelos Estados Unidos para a vigilância eletrónica de governos em todo o mundo.
Entre os alvos da espionagem estão 35 líderes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, François Hollande. Nesta análise, o El Mundo explica que 11 de dezembro foi o dia em que mais chamadas foram intercetadas. Esta espionagem, explica o jornal, não regista o conteúdo das chamadas, mas sim o número de série dos aparelhos usados, o local onde ficou registada a comunicação, o número de telefone e dos cartões SIM usados, assim como a duração das chamadas. As operações incluem ainda intrusões em informações de cariz pessoal através do navegador de Internet, o correio eletrónico e as redes sociais, como o Facebook ou o Twittter. A revelação do jornal ocorre no dia em que o embaixador dos Estados Unidos em Madrid se deslocará ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para dar explicações sobre a polémica da espionagem.
Segundo a imprensa, o embaixador James Custos irá dar explicações ao secretário de Estado para a União Europeia, Iñigo Méndez de Vigo, dada a ausência do país do chefe da diplomacia, José Manuel García-Margallo. Fontes diplomáticas explicaram ao jornal que a reunião começa às 10.30 (09:30 em Lisboa) na sede do Ministério no Palácio de Santa Cruz, no centro de Madrid Seguindo instruções diretas do presidente do Governo, Mariano Rajoy, o Ministério de Assuntos Exteriores convocou na passada sexta-feira o embaixador, que se encontrava em Oviedo, na cerimónia de entrega dos prémios Príncipe de Astúrias, pelo que se adiou o encontro para hoje.
Hoje, porém, José Manuel García-Margallo está em viagem na Polónia, enquanto o secretário de Estado de Assuntos Exteriores, Gonzalo de Benito, também estará fora de Espanha, numa visita aos países do Golfo Pérsico. De Benito já manteve em julho passado conversas em Washington com diversos responsáveis pela Administração norte-americana, a quem pediu explicações sobre a alegada espionagem. García Margallo disse na sexta-feira passada que, a confirmar-se uma espionagem massiva aos aliados dos Estados Unidos, esta seria "inadmissível" porque a "proteção da privacidade" é uma "linha vermelha" que não se pode cruzar, pelo menos para Espanha.

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