segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Crise não é desculpa para adiar adaptação às alterações climáticas | iOnline

Crise não é desculpa para adiar adaptação às alterações climáticas | iOnline

Jorge Moreira da Silva salientou que Portugal é um dos países com níveis mais elevados de cumprimento das metas de redução das emissões de dióxido de carbono

Portugal deve concretizar a mitigação e adaptação às alterações climáticas e as dificuldades económicas "não podem ser desculpa" para adiar medidas pois é mais caro não agir que avançar com soluções, defendeu hoje o ministro do Ambiente.
"A crise económica não deve ser uma desculpa para adiarmos, transegirmos ou falharmos, deve ser uma razão adicional para agirmos [porque] existem factos mais do que suficientes que apontam para a gravidade das alterações climáticas e estudos que provam que é mais económico agir do que não agir, seja na adaptação, seja na mitigação", disse Jorge Moreira da Silva.
O ministro falava aos jornalistas à margem da "Conferência EEA Grants: De Mais, De Menos – O Papel da Água na Adaptação às Alterações Climáticas" que decorre até quarta-feira, em Lisboa, e integrou a assinatura de acordos representando um investimento de 3,5 milhões de euros para a adaptação às mudanças do clima.
O Programa AdaPT – Adaptar Portugal às Alterações Climáticas, para promover ações de adaptação a nível local, de sensibilização e educação, e projetos piloto nos setores prioritários da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, recebe um financiamento de três milhões de euros da EEA Grants, que reúne Noruega, Islândia e Liechtenstein, a que acresce a participação nacional.
Todos os dados científicos apontam para uma relação de causa efeito entre o atual modelo de produção e consumo e as consequências das alterações climáticas e Portugal é um dos países mais afetados na Europa.
"Temos que adaptar-nos às alterações climáticas, no ordenamento do território, gestão da água, gestão florestal, gestão da biodiversidade, nos planos de prevenção na área da saúde, temos que incorporar a adaptação às alterações climáticas como uma prioridade", realçou Jorge Moreira da Silva.
O responsável govenamental citou um relatório internacional referindo que "o custo de não fazer nada será cinco a 230 vezes maior do que o custo de reduzir as emissões" e um trabalho da União Europeia a apontar que os custos da adaptação se não houver ação podem atingir 100 mil milhões de euros até 2020 e 250 mil milhões de euros até 2050.
"Portugal tem razões suficientes para olhar para as alterações climáticas como uma necessidade e uma oportunidade, seja porque seremos dos países mais afetados da UE, seja porque dispomos de recursos naturais, talentos, empresas, infraestruturas, capacidade de investigação e desenvolvimento nas tecnologias limpas que poderão ser massificadas e internacionalizadas", apostando na economia verde, explicou o ministro.
As mudanças não podem ficar só nas entidades públicas e nas empresas e "há uma dimensão comportamental que é uma mudança cultural indispensável" e os países só podem enfrentar as alterações climáticas se for algo assumido num contexto que "vai além de uma geração e de uma legislatura".
Jorge Moreira da Silva salientou que Portugal é um dos países com níveis mais elevados de cumprimento das metas de redução das emissões de dióxido de carbono, um comportamento facilitado pela crise, mas que também implica mudanças de comportamentos, por exemplo, no consumo de eletricidade.

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