segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Autarquias gastaram 29,2 milhões nos últimos dias antes das eleições | iOnline

Autarquias gastaram 29,2 milhões nos últimos dias antes das eleições | iOnline

Os gastos das câmaras municipais na semana que antecedeu as eleições autárquicas são o principal destaque do Mercado da República. A pesquisa do i permitiu concluir que a câmara que mais encargos assumiu foi a de Penafiel, seguida por Vila Nova de Famalicão. Quase metade dos contratos foram relativos a empreitadas de construção civil. O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia Espinho foi a entidade que mais gastou entre todos os organismos públicos 
Cento e trinta e nove câmaras assinaram 495 contratos para a aquisição de bens e serviços no valor global de mais de 29 milhões de euros na última semana antes das eleições autárquicas.
De acordo com a pesquisa efectuada pelo i aos procedimentos publicados no portal base dos contratos públicos (http://www.base.gov.pt/base2/), este valor é superior à média registada nas três semanas anteriores, período em que foram celebrados contratos no montante total de 82,7 milhões.
A câmara de Penafiel foi a autarquia que mais contratos celebrou (34) entre os dias 23 e 27 de Setembro e pelo valor global mais alto: 5,7 milhões. Nas três semanas anteriores, este município nortenho tinha assinado 23 contratos por um montante total de apenas 1,2 milhões.
Em declarações ao i, o presidente da câmara, o social-democrata Alberto Santos recusa qualquer teoria de eleitoralismo. “Os maiores encargos foram com a adjudicação de quatro centros escolares, cujo contrato de financiamento estava associado a fundos comunitários, o qual só foi assinado no início deste mês.”  Alberto Santos, que já não se recandidatou por ter atingido o limite dos três mandatos, salientou que os restantes contratos dizem respeito “a pequenas obras de beneficiação de escolas e projectos de proximidade e à aquisição de serviços de manutenção anual, como seguros, artigos de drogaria, entre outros, que ficam em condições de ser utilizados pela câmara no próximo ano.”
“Não vejo como comprar 5000 sacos de cimento  e outros materiais possa ser considerado eleitoralismo”, acrescentou o autarca cessante, para concluir que “o que aconteceu foi uma mera coincidência com o acto eleitoral.”

Famalicão mais que duplicou A segunda câmara que mais gastos contraiu nos últimos dias antes das eleições foi Vila Nova de Famalicão. Os 2,3 milhões de euros relativos a 15 contratos representam mais do dobro do que despendeu nas três semanas anteriores (1,1 milhões). Os dois procedimentos mais elevados foram em empreitadas de ampliação de duas escolas.
O i tentou obter na sexta-feira um comentário dos responsáveis da câmara, mas tal revelou-se impossível na medida em que “os serviços da câmara encerraram ao meio dia e meia”, segundo o segurança que atendeu o telefone.
A autarquia da capital surge em terceiro lugar nesta lista com um total de 1,8 milhões relativos a oito contratos. Só a reabilitação do edifício na Rua Augusto Rosa tendo em vista a instalação do Museu do Aljube consumiu 1,2 milhões.
O ranking das câmaras com mais gastos na semana anterior ao acto eleitoral é composto ainda pela Maia e Santa Maria da Feira (1,4 milhões), Câmara de Lobos (881,7 mil), Porto (737,7), Gondomar (726,5), Funchal e Paços de Ferreira (652,2).

Quase metade em empreitadas Quase metade dos contratos analisados diz respeito a empreitadas de construção, beneficiação, reabilitação e ampliação de edifícios; pavimentação de arruamentos e caminhos; e manutenção de escolas, elevadores, redes eléctricas e outras infra-estruturas.
Em combustíveis, que até costuma ser das rubricas que mais encargos representa nas aquisições dos organismos públicos, foram gastos apenas cerca de 400 mil euros (Marinha Grande, Elvas e Maia). O mesmo aconteceu com a aquisição de energia eléctrica que se ficou por pouco mais de 200 mil euros (Cantanhede e Marinha Grande).
A segunda rubrica com mais procedimentos acabou por ser a contratação de professores no âmbito das actividades de enriquecimento curricular. As câmaras que mais recrutaram foram a da Maia (13 professores de natação e ténis) e Valpaços que contratou dez docentes de actividade física e desportiva, oito de inglês, quatro de música e outros tantos de artes plásticas.
Entre os restantes contratos encontramos um pouco de  tudo. Desde o transporte de alunos e pessoas com deficiência, a cadeiras para o estádio do Fontelo em Viseu (35 mil euros), passando pelos 12 instrumentos musicais e 30 estantes  que o município de Cinfães adquiriu por  44,6 mil euros. A de Braga comprou quatro tractores de relva com cesto por um valor semelhante, e Cantanhede comprou 950 toneladas de massa betuminosa de desgaste por 32 mil.
Alandroal alugou, por 989 horas, uma retroescavadora com operador por 24,7 mil, e Castelo de Vide comprou aparelhos de ar condicionado por 5,8 mil. Aautarquia de Sintra adquiriu 14 mil euros em arbustos e 12 mil em árvores e a de Sabrosa gastou 37,5 mil numa viatura Renault master bus de 17 lugares.

Teisil Foi a empresa que mais ganhou As três empresas que mais dinheiro ganharam com os contratos assinados nos últimos dias antes das eleições são da área da construção. Aempresa de Amarante Teisil lidera este ranking com dois contratos no valor de 2,8 milhões de euros, depois de ter ganho a adjudicação da construção de dois centros escolares em Penafiel.
A José Avelino Pinto – Construção & Engenharia, a segunda empresa que mais recebeu, é da Madeira e ganhou nove contratos da autarquia do Funchal e de Câmara de Lobos. Só na empreitada de “melhoria das acessibilidades ao Sítio do Lombinho e Vereda do Caires” esta construtora encaixou 283,7 mil euros.
A terceira construtora é do concelho de Lousada. A QTCIVIL – Engenharia e Reabilitação recebeu 1,2 milhões só pela construção do centro escolar de Duas Igrejas em Penafiel.

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