quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Silva Pereira: há “muitos interesses” políticos e económicos na privatização da RTP - Media - PUBLICO.PT

Silva Pereira: há “muitos interesses” políticos e económicos na privatização da RTP - Media - PUBLICO.PT

O ex-ministro socialista Pedro Silva Pereira afirmou que “existem muitos interesses em grupos de comunicação social e em grupos económicos, e alguns deles com ligações políticas”, para a privatização da RTP.

Pedro Silva Pereira estranha a forma como o Governo está a conduzir o processo de privatização da RTP e lança a suspeita de que existem interesses políticos e económicos nesta intenção do Executivo de coligação PSD/CDS-PP.

“Em todos os modelos há sempre uma variável que permanece: é a de que deve haver um novo operador privado de televisão. Seja beneficiando de um canal que lhe seja licenciado, seja por via da concessão do canal público sobrevivente. E esta constância deve ser questionada”, disse o antigo governante, na noite desta terça-feira, em entrevista à SIC Notícias.

“O doutor António Borges, aliás, quando anunciou este cenário, disse que a existência de um novo operador privado de televisão correspondia a um objectivo do Governo. Mas objectivo porquê? A que propósito é que deve haver um desígnio de haver necessariamente mais um operador privado de televisão?”, questionou também Silva Pereira.

“Agora sei que existem muitos interesses em grupos de comunicação social e em grupos económicos, e alguns deles com ligações políticas, que têm interesse em ter um canal de televisão”, referiu ainda o ex-ministro da Presidência.

Plenário de trabalhadores

Os trabalhadores da estação pública de televisão reúnem-se nesta quarta-feira em plenário, onde a questão central será o futuro da RTP.

António Borges, consultor do Governo, considerou na semana passada, em entrevista à TVI, que a possibilidade de concessionar a RTP1 a investidores privados era um cenário “muito atraente”, assegurando, contudo, que nada estava ainda decidido sobre o futuro da empresa.

A RTP2 irá “muito provavelmente” fechar, independentemente do cenário a adoptar para o futuro da empresa, em razão do seu avultado custo, para reduzidas audiências, prosseguiu o consultor do Executivo, na mesma entrevista.

Na segunda-feira, a administração da RTP disse que manifestou em “tempo oportuno” junto do Governo a sua discordância perante o cenário de uma concessão da empresa a um privado, como anunciado na semana passada.

“O Conselho de Administração da RTP considera descabido do ponto de vista institucional a divulgação pública de opiniões favoráveis a um dos cenários ainda em análise, sentindo-se por isso obrigado a divulgar publicamente que manifestou, em tempo oportuno, a sua discordância relativamente a este cenário”, aponta o órgão presidido por Guilherme Costa em nota divulgada à imprensa.

Posteriormente, diversos constitucionalistas têm vindo a questionar a eventual inconstitucionalidade da medida preconizada por António Borges.


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