sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A solução da Dinamarca para enfrentar a crise? Uma taxa de juro negativa - Dinheiro Vivo

A solução da Dinamarca para enfrentar a crise? Uma taxa de juro negativa - Dinheiro Vivo

A solução da Dinamarca para enfrentar a crise? Uma taxa de juro negativa

24/08/2012 | 12:36 | Dinheiro Vivo
De todas as muitas medidas políticas tomadas desde a crise financeira, uma das mais extraordinárias passou quase despercebida: a introdução de taxas de juros negativas pela Dinamarca. Na tentativa de manter a paridade cambial com o euro, o banco central dinamarquês reduziu a taxa de juro de referência no mês passado para -0,2%.O banco central da Dinamarca, o Nationalbanken, sentiu que não tinha alternativa. Os investidores correram para a Dinamarca à procura de um refúgio fora da zona euro - já que o país não tem risco cambial com o euro e oferece proteção face a uma possível rutura da moeda única.
A alteração para taxas de juro negativas está a ser vigiada de perto pelos bancos centrais mundiais. "Nunca fomos tão populares", afirmou um político dinamarquês em declarações ao Financial Times.
Apesar de uma breve passagem pela Suécia em 2009-10, os juros negativos são uma novidade. Mas brevemente outros países podem seguir o mesmo caminho. Os decisores políticos do Reino Unido e do resto da Europa já manifestaram interesse na ideia como uma forma potencial de forçar os bancos que estão a acumular dinheiro para começar a emprestá-lo novamente.
"O banco central dinamarquês é o primeiro de uma pequena experiência do que acontece quando se impõe taxas de juro negativas", diz Thomas Kressin, responsável da gestora Pimco.
"A popularidade da coroa dinamarquesa deve-se à falta de sucesso do euro. Os investidores estão à procura de investimentos seguros e estão mesmo dispostos a enfrentar taxas de juro negativas para a segurança de saber que seu dinheiro vai estar lá", acrescentou o mesmo responsável.
Até agora, o impacto económico da mudança é em grande parte desconhecido. Os escandinavos tiram férias em julho, pelo que o banco central tem ainda poucos dados para analisar. No entanto, as autoridades reconhecem que houve um impacto negativo sobre os bancos, que estimam que possa a ascender a cerca de 40 milhões de euros.

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