sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Investidores satisfeitos com primeiros resultados da produção de energia a partir das ondas - PÚBLICO

A empresa finlandesa AW Energy e a Eneólica, que estão a produzir pela primeira vez em Portugal electricidade a partir do movimento das ondas, estão muito satisfeitas com os resultados, 12 dias depois da instalação da tecnologia.
“Estamos surpreendidos com a forma como a máquina está a trabalhar, porque está a produzir energia na capacidade máxima 24 sobre 24 horas, ou seja, cada uma das três máquinas está a produzir 100 kilowatts (kw) por hora”, afirmou à agência Lusa Rauno Koivusaari, criador da ideia e um dos proprietários da AW Energy.

O também mergulhador profissional disse que a ideia subjacente à criação da tecnologia lhe surgiu quando, em 1993, estava a mergulhar no Mar Báltico junto a um navio naufragado, com uma parte que se movia no fundo do mar, e percebeu que a força do mar deveria ser aproveitada para a produção de energias alternativas.

Tendo em conta a força do mar e das correntes marítimas, basta as pás da tecnologia Wave Roller se movimentarem sete centímetros para produzir energia, ao contrário do que era esperado.

O responsável esclareceu que “a costa entre Peniche e Óbidos é capaz de produzir quase 100 megawatts (MW) por dia”.

A tecnologia está ligada à REN (Redes Eléctricas Nacionais), estando a venda dessa energia à rede pública a cargo da Eneólica, depois de ter sido instalada a cinco milhas da costa ao largo da praia da Almagreira, zona agora restrita à navegação de embarcações. A energia produzida é suficiente para abastecer 40 a 60 habitações.

O responsável adiantou que, no final do ano, será feita uma avaliação do projecto não só para perceber se o protótipo, uma plataforma de mais de 400 toneladas composta por três pás de 42 metros de comprimento e 16 de altura que oscilam, resiste às condições adversas do mar, como também para decidir se vão investir e ampliar o projecto, aumentando assim a capacidade de produção de energia.

Perante os resultados obtidos nestes primeiros 12 dias, Rauno Koivusaari disse que tudo aponta para que, dentro de três meses, possa ser instalada uma nova plataforma maior e com mais pás, devendo ser instaladas mais 10 unidades. “Já percebemos que quanto maiores forem as máquinas e mais fundo estiverem instaladas, mais energia conseguimos produzir e a nossa intenção é criar tecnologia com 500 kw de capacidade, em vez dos actuais 100”, explicou.

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