sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"Com o aproximar o final do ano, 4,5% parece mais difícil" - Dinheiro Vivo

"Com o aproximar o final do ano, 4,5% parece mais difícil" - Dinheiro Vivo

"Com o aproximar o final do ano, 4,5% parece mais difícil"

Vítor Gaspar, ministro das Finanças
Vítor Gaspar, ministro das Finanças
D.R.
24/08/2012 | 00:00 | Dinheiro Vivo
O Governo vai avaliar com a troika se terá de pedir mais sacrifícios aos portugueses ainda este ano para chegar aos 4,5% de défice público combinados com a troika. Mas, a acontecer, essa nova vaga de austeridade poderá ser menos violenta se os parceiros internacionais (FMI, BCE e Comissão Europeia) flexibilizarem a meta do défice deste ano.De acordo com a execução orçamental ontem divulgada, a receita de impostos nos primeiros sete meses do ano ficou cerca de 2,8 mil milhões de euros abaixo do previsto. Em contrapartida, há rubricas da despesa que estão bem abaixo do esperado. Os gastos com pessoal, as aquisições de bens e serviços e os juros a pagar aos credores estão, no seu conjunto, 2,4 mil milhões abaixo do orçamentado até julho.
O problema é que os próximos meses deverão reservar surpresas desagradáveis: o descalabro na receita fiscal poderá piorar, a contenção na despesa ficar cada vez mais difícil.
Fonte oficial das Finanças lembra que "à medida que nos aproximamos do limite [final do ano orçamental], também parece mais evidente que o ajustamento que temos de fazer para chegar aos 4,5% [défice em função do PIB] parece mais difícil".
Para já, as Finanças preferem desdramatizar a situação, mas assumem que vão estudar um plano para resolver o problema. "Temos uma revisão da troika que começará para a semana, essas questões vão ser discutidas e depois decididas em conformidade", diz a mesma fonte.
Poderão ser mais cortes na despesa, mas também mais impostos. Uma reedição da sobretaxa do subsídio de Natal - metade da diferença entre o valor do subsídio e o salário mínimo (485 euros) - aplicada em 2011 continua a ser uma das soluções possíveis. Esta nunca foi afastada pelo Governo. Mas, agora, os funcionários públicos e os pensionistas ficariam de fora, pois já estão sujeitos à suspensão gradual dos subsídios de férias e de Natal. Restam, assim, os trabalhadores do sector privado.

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