terça-feira, 5 de novembro de 2013

Vil metal dá mais divórcios que adultério - Dinheiro Vivo

Vil metal dá mais divórcios que adultério - Dinheiro Vivo

Se pensa que o adultério é a maior causa de divórcio fique sabendo que não é assim. Nem tão pouco a falta de sexo (imagine-se) ou as discussões em torno dos filhos.
Segundo um estudo recente da Kansas State University, publicado no jornal norte-americano Journal Family Relations, os problemas financeiros provocam estragos mais intensos e extensos no casamento do que quaisquer outras razões.
O mesmo estudo defende também que, em muitos casos, estas dificuldades vêm desde o namoro, agravam-se passam pelo casamento, até resultar no divórcio.
"Não é possível medir a situação financeira das pessoas quando casam", assinala Sonya Britt, professora assistente da universidade de Kansas. "Não interessa há quanto tempo essas dificuldade existem, mas quando vão viver juntos e têm a primeira discussão por causa de dinheiro, há uma grande possibilidade de terem uma relação muito fraca", alerta a especialista.
Mas quanto mais durarem os desentendimentos, mais a relação vai enfraquecendo, levando ao divórcio, defende a especialista.
"Sabemos que o nível de infidelidade financeira, na forma de mentira, encobrimento, desonestidade em geral, está a aumentar no Reino Unido e EUA, segundo dados mais recentes", aponta, por seu turno, o psicólogo Kim Stephenson.
Em Portugal, as dificuldades financeiras também fazem dos casamentos as suas primeiras vítimas. Isso mesmo confirma, ao Dinheiro Vivo Pedro Monteiro, do Gabinete de Apoio ao Sobreendividamento (GAS) da Deco, que aponta o divórcio como uma das principais razões para famílias portuguesas procurarem ajuda.
Só este ano, o GAS da Deco já abriu três mil processos de sobreendividamento.
As pessoas que procuram a Deco trazem "os problemas dos três 'D': divórcio, desemprego e doença", identifica Pedro Monteiro, explicando que o "divórcio e a separação pesam nas razões de 22% das famílias que pedem ajuda.
O valor tem-se mantido estável desde 2011, não porque o número de famílias que procuram a Deco tenha caído, mas porque a legislação mudou, obrigando as instituições, sobretudo bancárias, a resolver as dívidas. E aí os divórcio não são permitidos.
"Em termos de créditos, ambos são titulares, sendo muito difícil, com rendimentos reduzidos, que uma entidade bancária abdique do crédito", reforça o responsável da Deco.
"As coisas começam a correr mal e entra-se na fase da culpabilização, que, muitas vezes, é feita da mulher para o marido que tomou decisões erradas", relata Pedro Monteiro.
Grande número de pessoas endividadas que procuram a Deco já vão em situação de separação. "Acontece muitas vezes um elemento do casal desaparecer, chegar mesmo a sair do país, deixando o outro com as dívidas, com os filhos...", revela Pedro Monteiro, acrescentado que, no decorrer do processo, mais separações costumam ocorrer.

É a pressão ainda que o "mais lógico viver em conjunto permite dividir as contas e despesas mais facilmente", destaca Pedro Monteiro.

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