domingo, 6 de maio de 2012

Brasileiros confirmam desmantelamento da Cimpor

A Intercement, empresa do grupo brasileiro Camargo Corrêa, confirmou em comunicado que a Cimpor será desmantelada no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) que lançou sobre a empresa portuguesa. Assegura, no entanto, que a sede e o centro de decisão da Cimpor se manterão em Portugal e que esta passará a integrar as operações cimenteiras que a Camargo tem na América do Sul e em Angola.
A empresa, que tem 32,9% da Cimpor, refere que a Votorantim, o outro grande acionista da Cimpor, com 21,2%, já declarou que não pretende vender as suas ações na OPA. É por isso que vai propor que a Cimpor integre os ativos e operações de cimento, betão e agregados do grupo Camargo Corrêa na América do Sul e em Angola. Em contrapartida, retira da Cimpor os ativos que esta tem na China, Espanha (com exceção da Cimpor Inversiones e da Cimpor Sagesta), Índia, Marrocos, Tunísia, Turquia e Perú e entrega-os à Votorantim em troca das ações que esta tem na Cimpor.
"Os ativos a permutar (excluindo as ações detidas pela Votorantim na Cimpor) serão avaliados por entidades independentes, em conformidade com as regras legais e estatutárias aplicáveis. As ações da Votorantim na Cimpor serão valorizadas pelo preço da contrapartida oferecida na OPA", acrescenta a InterCement. Que revela também que, "tendo em conta os interesses em causa, o contexto regulatório no Brasil e as conversações entretanto havidas com a Votorantim, após o anúncio preliminar da oferta, a InterCement  considera que existe uma probabilidade muito forte de a Votorantim vir a aceitar esta proposta".
O grupo brasileiro diz ainda que "esta operação e a projetada reorganização societária são concebidas para alcançar uma estrutura acionista da Cimpor estável no futuro, que permita ultrapassar qualquer incerteza relativamente à sua adequada planificação estratégica e ao desenvolvimento das suas atividades".
Isto porque "a Cimpor continua a ter hoje uma base acionista fragmentada e sem coerência estratégica. Na opinião da InterCement, a constante especulação relativamente a alterações na estrutura acionista afetam negativamente a atividade e gestão da Cimpor, além das questões de concorrência que a referida estrutura coloca no mercado brasileiro". Por outro lado, "a InterCement pretende manter a sede e o centro de decisão da Cimpor em Portugal, bem como a marca Cimpor".
José Édison Barros Franco, presidente da InterCement, afirma, no comunicado, que "a Cimpor sairá reforçada com a integração de novos ativos que a InterCement detém na América do Sul e em África. Será mais forte e competitiva, continuando a ser uma empresa portuguesa internacionalizada, com a sua sede e o centro de decisão em Portugal. Esta é mais uma demonstração da confiança que depositamos em Portugal e na empresa, para além do significativo valor de investimento estrangeiro que realizaremos no país".
O preço da oferta mantém-se nos 5,5 euros por ação.


Eis os perigos de colocar uma empresa na bolsa...
A CIMPOR, empresa com elevado estatuto internacional, só pode estar com uma elevada crise de gestão para deixar que fosse lançada uma OPA sobre si... Com a crise de imobiliário que o país atravessa não será, com toda a certeza, o facto de a CIMPOR, em Portugal, ficar com a sua própria sede, a salvação da empresa. Como se isso não basta-se, a CIMPOR vê agora o seu poderio internacional ser perdido... E agora?? Passa a exportar para os mercados secundários!? Esta situação deveria, indubitavelmente, ter uma intervenção Estatal!!

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