terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Malária em Portugal

Já alguma vez pensou ser possível existirem condições para a existência e proliferação da Malária em Portugal Continental?

De origem Africana e com início estimado em mais de um milhão de anos, a malária, também denominada sezonismo ou paludismo, é uma doença provocada por protozoários do tipo plasmodium que vivem nos glóbulos vermelhos e que são inoculados por mosquitos fêmeas anopheles. A sintomatologia desta patologia é caracterizada por febre alta e periódica, com arrepios de frio, suores, falta de apetite, anemia, dores de cabeça, esgotamento físico e grande sonolência. Em fase crónica apresenta um grande aumento do volume do baço, entre outros.
Em Portugal Continental, tal como em quase todo o mundo, não é possível precisar a origem física e temporal da malária. No entanto,  estima-se que esta doença tenha existido durante oito séculos em Portugal Continental (século XIII a XX) e que terá representado uma das maiores epidemias já registadas na história nacional.
Erradicada desde o ano de 1973 em Portugal Continental, a malária nos dias de hoje continua a ser uma patologia com grande risco de voltar a disseminar-se por território nacional.

Como?

O protozoário – género Plasmodium – que provoca a malária, é transmitido a partir da picada do vector – mosquito fêmea – do género Anopheles.
Um mosquito fêmea Anopheles, saudável, que pique um homem infectado com malária, desde logo, fica contaminado pelo protozoário Plasmodium tornando-se assim um potencial vector.

São quatro as espécies de Plasmodium que infectam o Homem e que nele provocam a patologia :

• Plasmodium malariae – apresenta uma distribuição geográfica fragmentada. Pode produzir infecções de longa duração, assintomáticas, e que podem durar toda a vida.
• Plasmodium vivax – apresenta a distribuição mais ampla de todos os Plasmodium, predominando na América do Sul e certas partes da Ásia. Tem a capacidade de se desenvolver em mosquitos cujo habitat é mais temperado (o que não invalida que não esteja também presente em regiões tropicais e subtropicais).
• Plasmodium ovale – tem a menor abrangência, a nível geográfico, de todos as espécies de Plasmodium; encontra-se com maior frequência na África tropical e no Pacífico Ocidental.
• Plasmodium falciparum – mais comum nas regiões tropicais e subtropicais (como Portugal). sendo o responsável da forma mais grave de malária, leva frequentemente, e se não tratada, a situações de malária cerebral bem como a complicações renais, hepáticas e esplénicas que rapidamente conduzem à morte.

Vector (portador) da malária - mosquito anopheles

Os vectores da malária que se encontram em território europeu pertencem à espécie Anopheles maculipennis.Sendo o A. Maculipennis atroparvus  o legítimo transmissor do parasita em Portugal.
As poças de água estagnada são o território ideal para a  reprodução do A. atroparvus sendo a temperatura mínima para a sua sobrevivência e reprodução de 8,5 ºC.

Diáriamente milhares de pessoas transitam por Portugal com origens, propósitos e destinos diversos.Com a ambundância de mosquitos capazes de propagar malária em Portugal acha que nós portugueses estamos imunes a este flagelo?
Da próxima vez que for picado por um mosquito lembre-se que a leishmaniose não é o único perigo real com que se preocupar...

Para um estudo mais aprofundado da Malária em Portugal pode consultar -
http://hdl.handle.net/10451/2612

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