segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Hoje (e durante mais 12 dias) há chuva de estrelas. Se o fumo deixar - DN.pt

Ponto máximo da já famosa chuva de meteoros acontece hoje à noite

Os amantes da astronomia vão ter um resto de mês em cheio, que começa já hoje. Quando anoitecer, os portugueses serão brindados com uma chuva de estrelas. O fenómeno que acontece anualmente atinge o seu pico hoje e repete-se, embora com menor intensidade, até ao dia 24. O melhor local para ver as estrelas cadentes é o campo e, de preferência, longe dos incêndios. O fumo que cobre uma parte significativa do país poderá dificultar a sua observação.

"Do ponto de vista astronómico, todo o país poderá ver a chuva de estrelas. Mas, nas zonas com muito fumo, vai ser muito difícil vê-las", adiantou ao DN Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa. O fumo dos incêndios tem dois efeitos: "Reduz o brilho dos objetos e torna as estrelas mais avermelhadas, fazendo desaparecer a maior parte dos meteoros."

A atividade máxima da famosa chuva de meteoros das Perseidas decorre entre as 13.00 e 15.30, mas, em Portugal, só será visível "quando começar a ficar escuro". Para o pico desta chuva, são estimados cerca de 110 meteoros por hora. "Nem todos são muito brilhantes. A maioria são fracos." Daí que, para uma melhor observação, seja recomendada uma zona afastada das cidades, sem influência das luzes.

Quem quiser admirar este fenómeno não necessita de qualquer material específico, uma vez que "tudo isto é a olho nu". Como o fenómeno "não está localizado temporalmente numa hora, espalhando-se por muitos dias, todos os países o podem ver". No entanto, nem todos o observam da mesma forma: "Como o ponto radiante é do lado norte do planeta, os países do Sul não veem tão bem. Nas latitudes mais a norte o efeito é mais giro."

Perseidas são chuvas de estrelas, assim designadas porque o ponto a partir do qual os meteoros parecem surgir localiza-se na constelação Perseus. Este fenómeno resulta da passagem da Terra, na sua órbita à volta do Sol, perto dos detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle. "A libertação de poeiras e pequenas partículas associada à sublimação do gelo no núcleo cometário deixa um rasto no espaço. Como a órbita deste cometa passa na zona da órbita terrestre, todos os anos a Terra embate nestas partículas, os meteoroides, que penetram a atmosfera a velocidades médias de 30 km/s", lê-se no site do OAL. A maior parte desfaz-se, deixando "rastos luminosos", que se designam por meteoros.

Em todo o mundo, amantes da astronomia e curiosos reúnem-se para observar o céu por estes dias. Por cá, nesta noite, o Observatório Astronómico de Santana - Açores estará aberto a partir das 21.00 para a observação deste "espetáculo celestial". Amanhã, o Centro Ciência Viva do Lousal também abre as portas.

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