quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Cimeira de Paris aprova acordo histórico para conter o aquecimento global - PUBLICO.PT

Novo tratado internacional envolverá todos as nações num esforço colectivo para tentar conter a subida da temperatura do planeta a 1,5ºC.

Depois de anos de negociações e hesitações, um acordo histórico para conter o aquecimento global foi aprovado neste sábado em Paris. Representantes de 195 países disseram "sim" a um novo tratado internacional, que envolverá todas as nações num esforço colectivo para tentar conter a subida da temperatura do planeta a 1,5ºC.

Se as promessas forem cumpridas, algures na segunda metade deste século o mundo terá praticamente abandonado os combustíveis fósseis e as emissões que restarem de gases com efeito de estufa serão anuladas pela sua absorção por florestas ou pela sua captura e armazenamento.

A base do acordo são planos nacionais, a apresentar a cada cinco anos por todos os países, contendo a sua contribuição para a luta contra o aquecimento global. É uma abordagem duplamente diferente da que havia até agora na diplomacia climática. Não há metas impostas aos países, são eles que decidem o que fazer. E todos têm de participar, e não apenas os países desenvolvidos, embora estes tenham de liderar os esforços na redução de emissões de gases com efeito de estufa.

É a primeira vez que surge um acordo internacional, com força legal, a vincular todos os países a fazerem esforços para conter as suas emissões.

Um mecanismo de monitorização e reforço destes planos vai ser colocado em prática, para assegurar que o limite de subida dos termómetros não será ultrapassado. E os países desenvolvidos prometem ampliar a ajuda às nações mais vulneráveis.

Apesar das críticas de que lhe falta ambição, o acordo é visto como um passo histórico, pelo seu carácter universal e por ultrapassar divergências que tinham até agora impedido que se encontrasse um substituto do Protocolo de Quioto.

O Acordo de Paris, como foi baptizado o resultado da cimeira, resulta de quatro anos de negociações e de uma maratona final de duas semanas numa cimeira climática da ONU em Le Bourget, nos arredores da capital francesa.

Na manhã deste sábado, depois da derradeira noite de negociações, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, anunciou que havia um texto final, representando um compromisso entre todos os países. Emocionado, foi aplaudido de pé.

Foram ainda necessárias horas suplementares para resolver algumas objecções finais e traduzir o acordo nas seis línguas oficiais das Nações Unidas.

Ao final da tarde, o plenário da conferência foi-se enchendo com ministros e negociadores sorridentes. Bateram-se palmas novamente para Laurent Fabius. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chegou acompanhado pelo ex-vice-Presidente Al Gore – que atendeu a sucessivos pedidos para selfies. O clima era de festa, alívio e dever cumprido.

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