terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Franceses, alemães e ingleses afundaram República há um ano - Dinheiro Vivo

Franceses, alemães e ingleses afundaram República há um ano - Dinheiro Vivo

Os maiores compradores líquidos de dívida pública na reta final de 2012 foram os Estados Unidos e o Reino Unido, ajudando assim a reduzir a taxa de juro de mercado dos bilhetes e das obrigações do Tesouro português que negoceiam no mercado secundário, revela o IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública. Os bancos e fundos portugueses, pelo contrário, venderam quantidades massivas de títulos depois de terem sido compradores ativos entre janeiro e agosto do ano passado. Quando a crise da dívida se agudizou, nos primeiros meses do ano passado, quem esteve a apostar contra a República, vendendo quantidades enormes de títulos nacionais, foram Alemanha e França, mais Reino Unido.De acordo com a apresentação feita pela agência aos investidores estrangeiros, no mês passado, os Estados Unidos são o país que mais ajudam a aliviar as taxas de juro do mercado secundário (o retalho da dívida pública), tendo comprado em termos líquidos (isto é, já descontando as vendas realizadas) mais de 1,5 mil milhões de euros de dívida portuguesa em apenas dois meses. O Reino Unido surge em segundo lugar, com compras de quase mil milhões de euros.
Os dados do IGCP, que cita informação dos operadores do mercado, mostra que o agravamento da crise da dívida (subida vertiginosa para máximos de sempre das taxas de juro nas maturidades de 2, 5 e 10 anos verificada em fevereiro e março de 2012) terá sido essencialmente provocada por instituições (bancos e fundos) francesas, alemãs e inglesas. França aparece à fente como tendo vendido mais de 3 mil milhões de euros de títulos portugueses entre janeiro e abril de 2012, perseguindo essa estratégia até novembro, pelo menos.
Os bancos e fundos do Reino Unido, que hoje é um grande comprador, vendeu enormes quantidades de bilhetes e/ou obrigações quando a crise se agudizou no primeiro trimestre do ano passado, desfazendo-se de cerca de 1,75 mil milhões de euros. Em todo o caso, ao contrário de França e Alemanha, os ingleses só estiveram vendedores líquidos até março, inclusive.
Já a Alemanha foi pouco amiga da dívida nacional. Em janeiro de 2012 ainda comprou à volta de 200 milhões de euros de ativos, mas entre fevereiro e maio desfez-se em termos líquidos de mais de 1,7 mil milhões de euros.
A banca e os fundos portugueses foram os grandes compradores de dívida durante os meses mais agudos da crise da dívida, em que se chegou a ventilar uma saída iminente de Portugal da zona euro, para poderem ter colateral perante o BCE, nas operações de cedência de dinheiro mais barato que então eram conduzidas pelo banco central.
As instituições portuguesas terão comprado em termos líquidos quase 7 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa até agosto. Mas desde de setembro que estão a libertar estes títulos das  carteiras, tendo vendido já cerca de 2 mil milhões de euros.
O IGCP frisa que "desde setembro que os investidores não-domésticos apresentam fluxos líquidos de compra" em relação à dívida portuguesa.
Na emissão de dívida sindicada de longo prazo realizada a 23 de janeiro, Estados Unidos e Reino Unido continuaram a ser os maiores compradores, absorvendo 62% dos 2,5 mil milhões colocados.

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