A Hovione, a Fehst e a Têxtil Manuel Gonçalves têm em comum uma gestão em que a família desempenha um papel determinante. Hoje são players lá fora, com mais de 90% da sua produção vendida no exterior.
Muitas nasceram em vãos de escada e hoje são players a nível mundial. O denominador comum é simples: nasceram da ideia de um homem, pequenas ou médias na dimensão, e foram-se mantendo ao longo dos tempos, dentro das famílias, com maiores ou menores dificuldades, com a ambição de um dia serem líderes de mercado.
Kathy Fehst, Isabel Gonçalves Furtado e Diane Villax foram ao congresso da Associação das Empresas Familiares contar as suas histórias pessoais, que se cruzam com a do grupo Fehst, a da Têxtil Manuel Gonçalves e a da Hovione. Três empresas portuguesas que através da inovação perduraram no tempo e estão hoje solidamente implantadas no mercado internacional, o que lhes permite continuar a crescer apesar da crise.
Grupo Fehst “O meu pai queria viver cinco anos em cada país”, conta Kathy Fehst. “Mas por razões que tiveram a ver com a guerra acabámos por criar raízes em Braga e passámos a ter como objectivo viajar sempre que surja uma oportunidade. Falamos cinco línguas e arranhamos cumprimentos em mais algumas, o que nos ajuda nos nossos contactos internacionais.”
Em 1995, e através de um Management by Out de uma das áreas da Grundig, um dos colaboradores fundou a sua própria empresa, a Fehst, que inicialmente tinha a marca alemã como seu único cliente. A diversificação e a internacionalização começaram pela Alemanha. Hoje a segunda geração já trabalha no grupo, que entretanto criou a Only e adquiriu a Siroco, outra empresa do Norte que estava com problemas de sucessão.
O core business da Fehst centra-se hoje em projectos de engenharia, desenvolvimento de electrónica para a indústria da construção – demótica e equipamentos, cablagem, peças maquinadas e representação. O mercado externo, inclusive o comunitário, absorve mais de 90% da produção. Kathy Fehst continua a trabalhar com o pai e os tios e conserva dos progenitores o espírito de incutir no filho a paixão pelas viagens e pela abertura de horizontes.
Têxtil Manuel Gonçalves Isabel Gonçalves Furtado tem bem presente a imagem do avô, o homem que construiu a primeira fábrica têxtil em 1945, toda de granito, no vale de São Cosme, perto de Braga. Foi ele quem lhe incutiu o princípio de que “o olhar do dono engorda o gado” e a convidou a estagiar durante seis anos em todos os sectores da empresa, “o que proporcionou uma excelente experiência”, recorda. O posto de chefia chegou aos 35 anos. “Quando se trabalha em família é importante que todos tenham o seu espaço e a sua responsabilidade”, defendeu. “Depois há que gerir a situação dos que não trabalham na empresa. Mas como o meu avó dizia, zanguem-se as ideias mas não se zanguem as pessoas.”
A sobrevivência da têxtil passou por uma diminuição da produção na área tradicional e por uma aposta forte no automóvel, em produtos diferenciados, com maior valor acrescentado. “Tivemos de criar uma cultura de inovação que não se impõe, vai-se construindo. Fizemos excelentes parcerias com as universidades e temos usado muito a nanotecnologia, o controlo de cor e a variação dimensional em PVC.”
Hovione Em 1959, o engenheiro químico Ivan Villax, húngaro, que trabalhava no Instituto Pasteur em Portugal, foi abordado por outros dois compatriotas para abrir uma empresa farmacêutica em Portugal. A Hovione, nome formado a partir das duas primeiras sílabas dos nomes dos fundadores, nasceu no início da década de 60, na Lapa, Lisboa, “a olhar para o mundo”, explica a sua mulher, Diane Villax, presidente do conselho de administração da empresa. A produção de princípios activos para a indústria farmacêutica foi o primeiro core business, mas em 2005, no auge da preocupação com a gripe aviária, o facto de um laboratório japonês ter solicitado o desenvolvimento de um inalador pulmonar para administrar um novo produto para tratar a gripe levou a Hovione a diversificar para a área do medicamento. O TwinCaps começou a ser vendido no Japão em 2010.
“Logo de início achámos que Portugal era um país pequeno e que o nosso mercado era o mundo”, recorda Diane Villax. “Tínhamos de encontrar um nicho onde pudéssemos demonstrar excelência. Mas durante dez anos fabricámos a matéria--prima na nossa cave.”
Com um crescimento de dois dígitos por ano, a Hovione tem um governo de sociedade que passa por uma assembleia familiar e um conselho de família, ambos com o mesmo poder e interligados. Logo abaixo está o conselho de administração, de onde emanam uma comissão de remunerações, outra de auditoria e ainda uma de governance, e na dependência daquele está a comissão executiva.
Diane Villax faz questão de realçar que “tivemos a sorte de termos uma competentíssima segunda geração”, acrescentando que “agora estamos a educar uma terceira para que possa integrar a sociedade e, na melhor das hipóteses, a Hovione”.
Muitas nasceram em vãos de escada e hoje são players a nível mundial. O denominador comum é simples: nasceram da ideia de um homem, pequenas ou médias na dimensão, e foram-se mantendo ao longo dos tempos, dentro das famílias, com maiores ou menores dificuldades, com a ambição de um dia serem líderes de mercado.
Kathy Fehst, Isabel Gonçalves Furtado e Diane Villax foram ao congresso da Associação das Empresas Familiares contar as suas histórias pessoais, que se cruzam com a do grupo Fehst, a da Têxtil Manuel Gonçalves e a da Hovione. Três empresas portuguesas que através da inovação perduraram no tempo e estão hoje solidamente implantadas no mercado internacional, o que lhes permite continuar a crescer apesar da crise.
Grupo Fehst “O meu pai queria viver cinco anos em cada país”, conta Kathy Fehst. “Mas por razões que tiveram a ver com a guerra acabámos por criar raízes em Braga e passámos a ter como objectivo viajar sempre que surja uma oportunidade. Falamos cinco línguas e arranhamos cumprimentos em mais algumas, o que nos ajuda nos nossos contactos internacionais.”
Em 1995, e através de um Management by Out de uma das áreas da Grundig, um dos colaboradores fundou a sua própria empresa, a Fehst, que inicialmente tinha a marca alemã como seu único cliente. A diversificação e a internacionalização começaram pela Alemanha. Hoje a segunda geração já trabalha no grupo, que entretanto criou a Only e adquiriu a Siroco, outra empresa do Norte que estava com problemas de sucessão.
O core business da Fehst centra-se hoje em projectos de engenharia, desenvolvimento de electrónica para a indústria da construção – demótica e equipamentos, cablagem, peças maquinadas e representação. O mercado externo, inclusive o comunitário, absorve mais de 90% da produção. Kathy Fehst continua a trabalhar com o pai e os tios e conserva dos progenitores o espírito de incutir no filho a paixão pelas viagens e pela abertura de horizontes.
Têxtil Manuel Gonçalves Isabel Gonçalves Furtado tem bem presente a imagem do avô, o homem que construiu a primeira fábrica têxtil em 1945, toda de granito, no vale de São Cosme, perto de Braga. Foi ele quem lhe incutiu o princípio de que “o olhar do dono engorda o gado” e a convidou a estagiar durante seis anos em todos os sectores da empresa, “o que proporcionou uma excelente experiência”, recorda. O posto de chefia chegou aos 35 anos. “Quando se trabalha em família é importante que todos tenham o seu espaço e a sua responsabilidade”, defendeu. “Depois há que gerir a situação dos que não trabalham na empresa. Mas como o meu avó dizia, zanguem-se as ideias mas não se zanguem as pessoas.”
A sobrevivência da têxtil passou por uma diminuição da produção na área tradicional e por uma aposta forte no automóvel, em produtos diferenciados, com maior valor acrescentado. “Tivemos de criar uma cultura de inovação que não se impõe, vai-se construindo. Fizemos excelentes parcerias com as universidades e temos usado muito a nanotecnologia, o controlo de cor e a variação dimensional em PVC.”
Hovione Em 1959, o engenheiro químico Ivan Villax, húngaro, que trabalhava no Instituto Pasteur em Portugal, foi abordado por outros dois compatriotas para abrir uma empresa farmacêutica em Portugal. A Hovione, nome formado a partir das duas primeiras sílabas dos nomes dos fundadores, nasceu no início da década de 60, na Lapa, Lisboa, “a olhar para o mundo”, explica a sua mulher, Diane Villax, presidente do conselho de administração da empresa. A produção de princípios activos para a indústria farmacêutica foi o primeiro core business, mas em 2005, no auge da preocupação com a gripe aviária, o facto de um laboratório japonês ter solicitado o desenvolvimento de um inalador pulmonar para administrar um novo produto para tratar a gripe levou a Hovione a diversificar para a área do medicamento. O TwinCaps começou a ser vendido no Japão em 2010.
“Logo de início achámos que Portugal era um país pequeno e que o nosso mercado era o mundo”, recorda Diane Villax. “Tínhamos de encontrar um nicho onde pudéssemos demonstrar excelência. Mas durante dez anos fabricámos a matéria--prima na nossa cave.”
Com um crescimento de dois dígitos por ano, a Hovione tem um governo de sociedade que passa por uma assembleia familiar e um conselho de família, ambos com o mesmo poder e interligados. Logo abaixo está o conselho de administração, de onde emanam uma comissão de remunerações, outra de auditoria e ainda uma de governance, e na dependência daquele está a comissão executiva.
Diane Villax faz questão de realçar que “tivemos a sorte de termos uma competentíssima segunda geração”, acrescentando que “agora estamos a educar uma terceira para que possa integrar a sociedade e, na melhor das hipóteses, a Hovione”.
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