Mais de sete meses após um primeiro aviso da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) relativamente a duas das marcas problemáticas, o Banco de Portugal (BdP) decidiu, finalmente, proibir a atividade de três empresas que se apresentavam aos portugueses como bancos online e prestadores de serviços financeiros.Algumas das empresas em causa captavam depósitos e prometiam juros de 10% ou mais, funcionando em esquema de pirâmide.
"As rentabilidades [taxas de juro] prometidas são pagas pela entrada de capital de novos investidores, e não por algo produtivo que gere riqueza. Quando as novas entradas de dinheiro forem inferiores às responsabilidades assumidas, os pagamentos começam a atrasar-se até deixarem de ser feitos", explicou a DECO logo no início de julho do ano passado.
A CMVM tinha feito um aviso dias antes. A 28 de junho, o supervisor do mercado dizia: "alerta para o facto de a Goodsense Investments (http://www.goodsenseinvestments.com) e a Emporio Capital (http://www.emporiocapital.co.nz) não estarem autorizadas a "desenvolver qualquer atividade de intermediação financeira em Portugal".
Ontem, o BdP avançou. As entidades Betexp Corp, Goodsense Investments, também conhecida como Emporio Capital, e Euro-Champions Fund, "as quais se apresentam ao público como prestadoras de serviços financeiros, prometendo altas rentabilidades", estão desde ontem proibidas de exercer qualquer atividade bancária e financeira no país.
O banco central, que faz a "supervisão da atuação das instituições na relação com os seus clientes", diz que "tomou conhecimento da atividade que tem vindo a ser exercida" pelas referidas sociedades, mas não diz quando.
O Dinheiro Vivo quis saber há quanto tempo o supervisor tem conhecimento da atividade dos três 'bancos' em Portugal. Fonte oficial respondeu que "o Banco não divulga essa informação".
As três empresas captavam poupanças (depósitos) de famílias e/ou empresas, prometendo-lhes taxas de juro muito elevadas. A DECO, no aviso de julho, falava em "ganhos de 10% ao mês". Tudo isto, no caso da Emporio Capital e da Goodsense, refere a associação de defesa dos consumidores, acontecia segundo um esquema de pirâmide (ou Ponzi), similar ao usado por Bernard Madoff, o financeiro norte-americano que, até 2008, burlou os clientes em cerca de 50 mil milhões de euros. Foi preso.
O BdP refere também que as "entidades" surgem "associadas a Jorge Antero Silva de Queiroz, as quais se apresentam ao público como prestadoras de serviços financeiros, prometendo altas rentabilidades". O nome desta pessoa está na lista dos maiores devedores ao fisco, atualizada anteontem. Silva Queiroz deve, dizem as Finanças, entre 50 mil a 100 mil euros como contribuinte singular.
O BdP frisa que "a Betexp Corp - Sucursal em Portugal, a Goodsense Investments Ltd. (atuando, muitas vezes, com a designação de Emporio Capital) e a Euro-Champions Fund Ltd. não são entidades habilitadas a exercer, em território nacional, a atividade de receção de depósitos ou de outros fundos reembolsáveis, ou qualquer outra atividade financeira reservada às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal".
A sucursal portuguesa do Betexp está sedeada no Porto, o Euro-Champions em Gibraltar e o Emporio Capital/Goodsense na Nova Zelândia.
Suspeita de fraude ligada à Champions
Algumas das três entidades proibidas pelo BdP de operar em Portugal chegaram a oferecer taxas de juro na ordem dos 10% ao mês, valor considerado “tentador”, mas impraticável.
Segundo a DECO, um dos ‘bancos’ online, o Emporio, “promete rentabilidades mensais a rondar os 10% através de aplicações em produtos financeiros e apostas desportivas, não especificados”.
Outro deles, o fundo Euro-Champions, aposta nos resultados das “equipas de futebol mais consistentes da Europa”. Na lista surgem nomes como F. C. do Porto, Barcelona, Basileia, Manchester United, Zenit, Anderlecht, Olympiakos, Dinamo de Zagreb, etc.
"As rentabilidades [taxas de juro] prometidas são pagas pela entrada de capital de novos investidores, e não por algo produtivo que gere riqueza. Quando as novas entradas de dinheiro forem inferiores às responsabilidades assumidas, os pagamentos começam a atrasar-se até deixarem de ser feitos", explicou a DECO logo no início de julho do ano passado.
A CMVM tinha feito um aviso dias antes. A 28 de junho, o supervisor do mercado dizia: "alerta para o facto de a Goodsense Investments (http://www.goodsenseinvestments.com) e a Emporio Capital (http://www.emporiocapital.co.nz) não estarem autorizadas a "desenvolver qualquer atividade de intermediação financeira em Portugal".
Ontem, o BdP avançou. As entidades Betexp Corp, Goodsense Investments, também conhecida como Emporio Capital, e Euro-Champions Fund, "as quais se apresentam ao público como prestadoras de serviços financeiros, prometendo altas rentabilidades", estão desde ontem proibidas de exercer qualquer atividade bancária e financeira no país.
O banco central, que faz a "supervisão da atuação das instituições na relação com os seus clientes", diz que "tomou conhecimento da atividade que tem vindo a ser exercida" pelas referidas sociedades, mas não diz quando.
O Dinheiro Vivo quis saber há quanto tempo o supervisor tem conhecimento da atividade dos três 'bancos' em Portugal. Fonte oficial respondeu que "o Banco não divulga essa informação".
As três empresas captavam poupanças (depósitos) de famílias e/ou empresas, prometendo-lhes taxas de juro muito elevadas. A DECO, no aviso de julho, falava em "ganhos de 10% ao mês". Tudo isto, no caso da Emporio Capital e da Goodsense, refere a associação de defesa dos consumidores, acontecia segundo um esquema de pirâmide (ou Ponzi), similar ao usado por Bernard Madoff, o financeiro norte-americano que, até 2008, burlou os clientes em cerca de 50 mil milhões de euros. Foi preso.
O BdP refere também que as "entidades" surgem "associadas a Jorge Antero Silva de Queiroz, as quais se apresentam ao público como prestadoras de serviços financeiros, prometendo altas rentabilidades". O nome desta pessoa está na lista dos maiores devedores ao fisco, atualizada anteontem. Silva Queiroz deve, dizem as Finanças, entre 50 mil a 100 mil euros como contribuinte singular.
O BdP frisa que "a Betexp Corp - Sucursal em Portugal, a Goodsense Investments Ltd. (atuando, muitas vezes, com a designação de Emporio Capital) e a Euro-Champions Fund Ltd. não são entidades habilitadas a exercer, em território nacional, a atividade de receção de depósitos ou de outros fundos reembolsáveis, ou qualquer outra atividade financeira reservada às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal".
A sucursal portuguesa do Betexp está sedeada no Porto, o Euro-Champions em Gibraltar e o Emporio Capital/Goodsense na Nova Zelândia.
Suspeita de fraude ligada à Champions
Algumas das três entidades proibidas pelo BdP de operar em Portugal chegaram a oferecer taxas de juro na ordem dos 10% ao mês, valor considerado “tentador”, mas impraticável.
Segundo a DECO, um dos ‘bancos’ online, o Emporio, “promete rentabilidades mensais a rondar os 10% através de aplicações em produtos financeiros e apostas desportivas, não especificados”.
Outro deles, o fundo Euro-Champions, aposta nos resultados das “equipas de futebol mais consistentes da Europa”. Na lista surgem nomes como F. C. do Porto, Barcelona, Basileia, Manchester United, Zenit, Anderlecht, Olympiakos, Dinamo de Zagreb, etc.
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