quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Área de gelo no Árctico alcançou recorde mínimo desde que há registo - PÚBLICO

O recorde anterior de 2007 já tinha sido batido a 27 de Agosto, mas o gelo no Árctico continuou a diminuir e a 16 de Setembro terá chegado ao mínimo deste ano, e ao mínimo de sempre desde que começaram os registos de satélite em 1979.
No domingo, restavam apenas 3,41 milhões de quilómetros quadrados de gelo no Pólo Norte, de acordo com o comunicado desta quarta-feira do Centro Nacional de Dados de Neve e do Gelo (NSDIC, sigla em inglês) dos EUA.

A 27 de Agosto, o gelo do Árctico já tinha sido notícia. O mínimo anterior obtido em 2007 tinha sido ultrapassado. Há menos de um mês, a área de gelo era de 4,10 milhões de quilómetros quadrados, o que é menos do que os 4,17 milhões alcançados a 18 de Setembro de 2007.

Comparado com 2007, a temperatura média em 2012 no Árctico foi mais fria (embora tenha sido mais quente do que a média), de acordo com o comunicado do NSDIC. Mas houve um forte decréscimo da área de gelo durante o início de Agosto na mesma altura em que ocorreu uma tempestade muito forte situada sobre o oceano Árctico.

“É possível que a razão primária para a grande perda de gelo neste Verão seja a diminuição da espessura de gelo, que é agora dominada por mais gelo sazonal [que se forma anualmente, e que não resulta da acumulação ao longo dos anos]. Este gelo mais fino está mais predisposto a ser partido e a derreter devido a fenómenos climatéricos, como a tempestade”, explica o comunicado.

O resultado é que a área mínima de gelo é menor em 760.000 quilómetros quadrados do que a de 2007, cerca de menos oito vezes a área de Portugal. E é quase metade do que é a área mínima média entre 1979 e 2000.

No início de Outubro, o NSDIC vai publicar a análise definitiva da temporada. Se nenhuma mudança meteorológica ocorrer, o frio vai fazer com que recomece o ciclo de congelação e a área do gelo aumente gradualmente até daqui a seis meses.

Os resultados deste Verão fizeram rever o prazo mínimo para que no Verão deixe de haver gelo no Árctico. Há cientistas que apontam a data deste marco já para 2016. Os seis Verões com menor área de gelo no Árctico foram nos últimos seis anos, e a diminuição da área sem precedentes deste ano reforça a ideia de que as alterações climáticas estão a ter impactos muito mais imediatos do que se previa.
  

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