PCP e Bloco pedem demissão de secretário de Estado do Tesouro que terá tentado vender swaps a Portugal para maquilhar o défice e a dívida
Depois de Maria Luís Albuquerque agora é a vez de Joaquim Pais Jorge, secretário de Estado do Tesouro, a ficar sob fogo da oposição. O governante - que entrou para a secretaria de Estado quando Albuquerque subiu a ministra das Finanças - terá sugerido ao governo de José Sócrates a compra de contratos swap, que ficariam fora das contas do défice e dívida pública.
O PCP e o BE já pedem a demissão de Joaquim Pais Jorge do Tesouro. O PS não vai para já tão longe, mas questiona a decisão de nomear para a secretaria de Estado do Tesouro e Finanças um homem que esteve envolvido na tentativa de venda de swaps de maquilhagem de contas a Portugal. "É no mínimo estranho que o governo demita todos os gestores públicos das empresas públicas que contrataram swaps, quando mantém Maria Luís Albuquerque no executivo e promove a secretário de Estado um homem que tentou vender uma espécie de falcatrua ao Estado português", afirma o deputado socialista João Galamba.
Em causa está o envolvimento de Joaquim Pais Jorge, então quadro em Portugal do Citigroup, numa proposta feita ao governo português para comprar swaps (instrumentos de gestão de risco de juro) que permitiam baixar artificialmente a dívida e o défice público, à semelhança dos produtos vendidos à Grécia. A história foi revelada, na semana passada, pelo ex-secretário de Estado, Carlos Costa Pina e pelo antigo presidente do IGCP, Alberto Soares, na comissão de inquérito aos swaps. Ontem, a revista Visão noticiou uma proposta feita pelo banco Citigroup, em 2005, ao gabinete do primeiro-ministro José Sócrates para contratar um swap que permitiria baixar o défice em 370 milhões de euros nesse ano e 450 milhões em 2006. O produto terá sido proposto também ao IGCP por responsáveis do banco americano em Portugal, Joaquim Pais Jorge e Paulo Grey.
Pais Jorge fez carreira no Citigroup até 2009, quando assumiu o cargo de director das concessões da Estradas de Portugal. Chegou a presidente da Parpública e foi a escolha de Maria Luís Albuquerque para a suceder na pasta do Tesouro e Finanças, que tem o pelouro da gestão dos swaps. O i já tinha noticiado o seu envolvimento na venda de swaps a empresas públicas. Segundo a lista de swaps enviada à comissão de inquérito, e citada pela Lusa, o Citigroup tinha três contratos, com Águas de Portugal (2007), CP (2007) e Metro de Lisboa (2010). Os dois primeiros apanham o período do Pais Jorge no Citi. Os três instrumentos tinham perdas potenciais de 40,9 milhões de euros.
Paulo Grey está na StormHarbour, a consultora contratada pelo IGCP para apoiar a gestão dos swaps de alto risco das empresas públicas (ver pág. 8).
O produto do Citigroup permitia a Portugal pagar menos juros pela emissão de dívida nos primeiros anos. Mas depois pagaria uma taxa mais alta ao banco americano do que a Euribor da altura, num período de 30 anos. Este produto também era conhecido como "Swap Eurostat friendly", porque ficava de fora do radar de controlo das contas públicas da zona euro.
Ontem, na SIC Notícias, o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, afirmou que Maria Luís Albuquerque escolheu "mais um secretário de Estado que vem da mesma fornada" - "Devem os dois ver terminados os seus mandatos". Para João Semedo, coordenador do Bloco de Esquerda, a "transparência manda que o secretário de Estado seja demitido" - pela ministra que, para o BE, também se deve demitir. Mas que "ainda tem condições para demitir o secretário de Estado".
Ontem, o antecessor de Maria Luís Albuquerque no Tesouro, Costa Pina acusou a ministra de "imprecisões e insuficiência de informação" na audição da terça-feira.
O PCP e o BE já pedem a demissão de Joaquim Pais Jorge do Tesouro. O PS não vai para já tão longe, mas questiona a decisão de nomear para a secretaria de Estado do Tesouro e Finanças um homem que esteve envolvido na tentativa de venda de swaps de maquilhagem de contas a Portugal. "É no mínimo estranho que o governo demita todos os gestores públicos das empresas públicas que contrataram swaps, quando mantém Maria Luís Albuquerque no executivo e promove a secretário de Estado um homem que tentou vender uma espécie de falcatrua ao Estado português", afirma o deputado socialista João Galamba.
Em causa está o envolvimento de Joaquim Pais Jorge, então quadro em Portugal do Citigroup, numa proposta feita ao governo português para comprar swaps (instrumentos de gestão de risco de juro) que permitiam baixar artificialmente a dívida e o défice público, à semelhança dos produtos vendidos à Grécia. A história foi revelada, na semana passada, pelo ex-secretário de Estado, Carlos Costa Pina e pelo antigo presidente do IGCP, Alberto Soares, na comissão de inquérito aos swaps. Ontem, a revista Visão noticiou uma proposta feita pelo banco Citigroup, em 2005, ao gabinete do primeiro-ministro José Sócrates para contratar um swap que permitiria baixar o défice em 370 milhões de euros nesse ano e 450 milhões em 2006. O produto terá sido proposto também ao IGCP por responsáveis do banco americano em Portugal, Joaquim Pais Jorge e Paulo Grey.
Pais Jorge fez carreira no Citigroup até 2009, quando assumiu o cargo de director das concessões da Estradas de Portugal. Chegou a presidente da Parpública e foi a escolha de Maria Luís Albuquerque para a suceder na pasta do Tesouro e Finanças, que tem o pelouro da gestão dos swaps. O i já tinha noticiado o seu envolvimento na venda de swaps a empresas públicas. Segundo a lista de swaps enviada à comissão de inquérito, e citada pela Lusa, o Citigroup tinha três contratos, com Águas de Portugal (2007), CP (2007) e Metro de Lisboa (2010). Os dois primeiros apanham o período do Pais Jorge no Citi. Os três instrumentos tinham perdas potenciais de 40,9 milhões de euros.
Paulo Grey está na StormHarbour, a consultora contratada pelo IGCP para apoiar a gestão dos swaps de alto risco das empresas públicas (ver pág. 8).
O produto do Citigroup permitia a Portugal pagar menos juros pela emissão de dívida nos primeiros anos. Mas depois pagaria uma taxa mais alta ao banco americano do que a Euribor da altura, num período de 30 anos. Este produto também era conhecido como "Swap Eurostat friendly", porque ficava de fora do radar de controlo das contas públicas da zona euro.
Ontem, na SIC Notícias, o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, afirmou que Maria Luís Albuquerque escolheu "mais um secretário de Estado que vem da mesma fornada" - "Devem os dois ver terminados os seus mandatos". Para João Semedo, coordenador do Bloco de Esquerda, a "transparência manda que o secretário de Estado seja demitido" - pela ministra que, para o BE, também se deve demitir. Mas que "ainda tem condições para demitir o secretário de Estado".
Ontem, o antecessor de Maria Luís Albuquerque no Tesouro, Costa Pina acusou a ministra de "imprecisões e insuficiência de informação" na audição da terça-feira.
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