sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O discurso escondido da Rainha de Inglaterra sobre a Terceira Guerra Mundial | iOnline - Notícias de Portugal, Mundo, Economia, Desporto, Boa Vida, Opinião e muito mais.

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Em 1983, o receio de um iminente ataque nuclear vindo da União Soviética era bem real para os serviços secretos britânicos

Até à data, ninguém poderia imaginar que em 1983, a Rainha de Inglaterra, Isabel II, tinha preparado um discurso acerca da possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial contra a Rússia. Mas o receio era real e foi hoje tornado público pelo governo britânico. A meta passava por preparar e mobilizar os espíritos perante tal cenário.
“O nosso corajoso país deve ainda preparar-se para sobreviver às adversidades. Nunca mais esqueci a tristeza e o orgulho que senti quando a minha irmã e eu, no nosso quarto, ouvíamos as palavras inspiradoras do meu pai pela rádio, naquele dia fatídico de 1939. Em momento algum poderia ter imaginado que esse solene e horrível dever regressasse”, refere um dos parágrafos que compõem as duas páginas do discurso.
O texto, escrito por altos funcionários britânicos, fazia parte de um relatório de guerra, com 320 páginas, intitulado “3 Wintex-Cimex 833”.
O discurso foi então escrito em plena Guerra Fria, num momento de grandes tensões entre o bloco ocidental e o bloco soviético. O embaixador do Reino Unido em Moscovo, tinha avisado a Rainha de que o vocabulário bélico utilizado pela Rússia tornara-se “deveras inquietante”, como aponta o jornal britânico “The Guardian”.
A possibilidade de um ataque nuclear
Os serviços secretos, juntamente com os ministérios do Interior e da Defesa, elaboraram os referidos documentos porque acreditavam na possibilidade de que um ataque nuclear estivesse a ser planeado pela União Soviética contra Inglaterra.
No caso de uma ofensiva química e nuclear, estimava-se que cerca de 33 milhões de pessoas iriam perder a vida. Em Londres, pelo menos um milhão de mortos era a perspectiva mais segura. De forma a salvaguardar o pior, foi elaborado um plano de organização militar.
Os relatórios explicam ainda como a residência do primeiro–ministro,  na emblemática Downing Street, estava equipada com um sistema que permitia identificar o lançamento de mísseis nucleares soviéticos. Margaret Thatcher ocupava o cargo nesta época.
E no caso da iminência de um ataque nuclear, o chefe do governo foi aconselhado a mandar dispersar os seus ministros pelo país inteiro. O objectivo era formar “governos embrionários”, encarregados de retomar o controlo de Londres caso a capital fosse destruída e o primeiro-ministro morresse.
Perante a hipótese de um cenário caótico como este, a rainha pretendia concluir o seu discurso com as seguintes palavras: “Enquanto fazemos todos os possíveis para combater este novo mal, rezemos pelo nosso país e pelos homens de boa vontade, onde quer que estejam. Que Deus vos abençoe.”

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