sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Empresa portuguesa 'abre' candidaturas ao fundo de 1.000 milhões de dólares da China - Economia - Sol

Empresa portuguesa 'abre' candidaturas ao fundo de 1.000 milhões de dólares da China - Economia - Sol

O Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, de 1.000 milhões de dólares, instituído há um mês, recebeu uma candidatura formal de uma empresa portuguesa, disse à agência Lusa fonte do fundo.
Criado oficialmente a 26 de junho, o fundo registou, até hoje, uma única candidatura formal, submetida por uma empresa portuguesa ligada ao setor agrícola, indicou a mesma fonte, sem facultar, porém, mais detalhes.
Anunciado em novembro de 2010 pelo então primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no âmbito da 3.ª conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), o fundo tem um valor global do capital social de mil milhões de dólares (757 milhões de euros).
Promovido pelo Governo chinês e por iniciativa do Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau (FDIC) -, o fundo foi dotado de uma verba inicial de 125 milhões, assegurados pelas entidades participantes China Development Bank Capital Corporation Ltd. (75 milhões) e FDIC (50 milhões).
O fundo "concentrar-se-á nas necessidades de investimento e financiamento das empresas do interior da China (incluindo Macau) e dos Países de Língua Portuguesa, colocando ênfase no apoio à entrada das empresas do Interior da China e da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] no mercado de Países de Língua Portuguesa e atração das empresas dos mesmos Países para se desenvolverem na China", explicou, em comunicado, a Direção dos Serviços de Economia, aquando do anúncio da criação formal do fundo.
De acordo com uma apresentação inicial, da dotação global do fundo, 200 milhões de dólares destinam-se a fundos de capital, enquanto os restantes 800 milhões a empréstimos e financiamento de projetos lusófonos relacionados com a construção de infraestruturas, transportes, comunicações, energia, agricultura e recursos naturais, entre outros domínios do "interesse" comum da China e do universo lusófono.
A operação e gestão cabe ao Fundo de Desenvolvimento China-África, na dependência do Banco de Desenvolvimento da China, algo justificado com a "vasta experiência na gestão de investimentos".
Com base nas caraterísticas e circunstâncias individuais das empresas e projetos, o fundo "pode ser flexível na adoção de vários métodos ou abordagens de investimento", lê-se numa brochura trilingue (chinês, português, inglês), na qual se elencam critérios para investimento e do projeto.
O projeto deve situar-se nos países-membros, incluindo China (e Macau), Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste, "apresentar prospeção de mercado positiva com potencial de crescimento rápido e estável e capacidade de gerar bom fluxo de caixa e rentabilidade financeira", bem como "poder promover o desenvolvimento económico local e melhorar a qualidade de vida das pessoas".
No ano passado, as trocas comerciais entre a China e os países lusófonos ascenderam a 128.497 milhões de dólares (94.691 milhões de euros ao câmbio da época), mais 9,6% do que no ano anterior.
Os dados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de o país manter ligações com Taiwan e não participar diretamente no Fórum Macau não constando também da lista dos 'países-membros' do fundo.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau que reúne ao nível ministerial de três em três anos.
Este ano, vai realizar-se em Macau a 4.ª conferência ministerial do Fórum Macau, plataforma que celebra o seu 10.º aniversário.

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