Sete em cada 10 portugueses sofrem de dores nas costas, mas muitos recusam as cirurgias | iOnline
Sete em cada 10 portugueses sofrem ou já sofreram de dores nas costas, mas muitos recusam ser operados por causa de "mitos" como o de poderem ficar numa cadeira de rodas, alertou hoje a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.
O alerta é feito, em comunicado, pela campanha "Olhe pelas Suas Costas", uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, no âmbito do Dia Mundial da Coluna, que se celebra a 16 de outubro.
"São muitos os Portugueses que continuam a acreditar nos mitos associados à cirurgia da coluna, o que acaba por afastá-los do tratamento adequado para algumas doenças da coluna vertebral", revelou o coordenador da campanha.
Segundo Paulo Pereira, "um dos medos mais frequentes dos doentes a quem é proposta uma cirurgia à coluna vertebral é o de ficarem numa cadeira de rodas".
O neurocirurgião garante que, apesar de todas as cirurgias terem um risco associado, com a evolução das tecnologias e com a experiência e conhecimento dos especialistas nesta área, "a probabilidade de complicações graves é hoje muito reduzida na maior parte dos procedimentos cirúrgicos na coluna vertebral, pelo que não há razão para os portugueses se assustarem com as cirurgias à coluna".
Outro mito está relacionado, segundo o especialista, com as dores e o período de recuperação após a cirurgia.
"Hoje, grande parte das cirurgias à coluna pode ser feita através de técnicas microcirúrgicas e minimamente invasivas, que representam uma menor agressão aos tecidos do corpo, cicatrizes mais pequenas -- muitas vezes de poucos centímetros e imperceptíveis --, menor risco de complicações, uma recuperação mais rápida e regresso mais precoce às atividades do dia a dia e ao trabalho", explicou.
Lembrou ainda que realizar uma cirurgia à coluna não significa uma limitação permanente da qualidade de vida na grande maioria dos casos.
"Este é mais um preconceito criado. Após o procedimento cirúrgico, o médico habitualmente aconselha o doente a mudanças nos estilos de vida, de forma a proteger a coluna e a mantê-la mais saudável, mas a maioria dos doentes operados retoma as suas actividades profissionais e sociais algum tempo após a cirurgia", revelou.
Em Portugal, os procedimentos mais frequentes são cirurgias a hérnias discais, estenose (aperto) do canal vertebral e traumatismos.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, as dores nas costas são a segunda causa mais frequente das visitas ao médico.
As doenças que afectam a coluna representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física.
Um estudo, realizado no âmbito desta campanha indica que 28,4 por cento dos portugueses sentem que a sua actividade profissional já foi prejudicada ou comprometida de alguma forma pelo facto de terem dores nas costas.
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