sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Swaps. Venda de petróleo pela Egrep eleva custos das petrolíferas | iOnline - Notícias de Portugal, Mundo, Economia, Desporto, Boa Vida, Opinião e muito mais.

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As petrolíferas vão ter de aumentar as reservas próprias de petróleo e produtos petrolíferos para compensar venda dos excedentes da Egrep

As petrolíferas a operarem em Portugal vão ter de aumentar os custos com compra e manutenção de reservas estratégicas na sequência da venda dos excedentes da empresa pública Egrep.
A Egrep vai ter de vender excedentes de petróleo e produtos refinados para financiar o vencimento antecipado de um contrato de gestão de risco financeiro (swap). Esta factura, no valor de 122 milhões de euros, resultou do cancelamento deste instrumento com o JP Morgan, no quadro da renegociação dos swaps de alto risco das empresas públicas.
A Egrep tem de assegurar um terço das reservas estratégicas de petróleo e produtos refinados de Portugal, que em termos líquidos são de 90 dias. A empresa recebe uma comissão das petrolíferas para constituir estas reservas. Só que nos últimos anos, e em consequência da queda do consumo de combustíveis em Portugal, as reservas da Egrep ultrapassaram o limite de um terço em vários dias. Esta folga, que em média chega a ultrapassar os dez dias, permitiu às petrolíferas reduzirem as reservas próprias e os custos associados, já que saía mais vantajoso pagar a comissão à Egrep, explicou ao i o secretário-geral da APETRO (Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas). As comissões cobradas pela Egrep eram competitivas, até porque a empresa, ao contrário das petrolíferas, não tem como objectivo o lucro, o que reduz a remuneração do capital investido e mobilizado.
Com a venda do excedente, as petrolíferas terão de investir mais na compra de produto e suportar os custos de capital, armazenagem e operacionais associados a uma maior quantidade de reservas. É certo que vão pagar menos comissões à Egrep, mas ainda é cedo para o balanço final da operação, nomeadamente no custo final da logística da cadeia dos combustíveis.
A posição do responsável da APETRO, que deve ser ouvida sobre a operação enquanto membro do conselho consultivo da Egrep, contrasta com a versão defendida pelo novo presidente, segundo o qual esta venda até pode ter um impacto positivo para os consumidores no próximo ano. Em declarações ao "Jornal de Negócios", Paulo Carmona estima que a poupança pode ser de 0,2 cêntimos por litro. Será este o efeito da anulação do contrato swap com a JP Morgan que estava a vincular a Egrep ao pagamento de juros acima do mercado. Esta factura pesava 16 milhões de euros por ano, acrescentou.
Mas o impacto nas contas da empresa pública vai ainda depender do preço a que forem vendidas as reservas excedentárias, e de dessa operação resultar uma mais-valia ou prejuízo face ao valor a que está registado o produto.
No passado, a Egrep realizou uma venda extraordinária de produtos, a pedido das autoridades europeias, para estabilizar os preços que estavam sob a pressão do Furacão Katrina (2005). Essa venda gerou uma mais-valia contabilística, mas o governo de então cobrou imposto sobre esse ganho.

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